Tive uma reunião com numerosos pequenos produtores do povoado de Lajedo na sede da Associação da localidade. Falávamos sobre o desenvolvimento regional. Nunca vi tanta decepção, tanta tristeza, tanta gente com a esperança estraçalhada. Eles moram, exatamente, à margem do canal do Pontal, canal que transporta água do Rio São Francisco até Uruás e adjacências. O questionamento deles é que participaram de umas reuniões, porque se dispuseram a vender suas terras para a Codevasf, foi feita uma ata e eles seriam selecionados para receber lotes irrigáveis e a notícia que têm agora é que não há mais lotes irrigáveis para pequenos agricultores e, pior que isso, há mais de dez anos, o projeto está parado.
Eles estão desiludidos dos sonhos que sonharam, pensando que tudo o que iria acontecer no Pontal seria o que aconteceu com o Nilo Coelho e o Maria Tereza, no entanto, a mensagem que chegou para eles é que os lotes que vão ser distribuídos serão lotes de sequeiro. E eles me diziam: “No sequeiro, nós já moramos, não é isso que esperávamos”. Não tive muito o que dizer para eles, além de que o projeto foi elaborado como o Projeto Nilo Coelho e o Maria Tereza para possuir poucos lotes grandes, muitos lotes para médios agricultores e muitíssimos lotes para os pequenos proprietários. O projeto nasceu com esse desenho. Na realidade, eles não estavam informados de que o novo desenho que é a Parceria Público-Privada, o chamado PPP, destruía toda essa expectativa.
Eu lhes prometi lutar pelo projeto original. A única esperança que dei foi: esperança de luta e disse que estou buscando forças políticas para, em nome deles, apresentar a nossa proposta do projeto anterior. Disse para eles que é preciso questionar por que aquele projeto foi parado num momento em que Petrolina tem dois deputados federais, um governador e um ministro de Estado e mesmo assim não surge uma chama de sucesso para a irrigação. Eu remeti a eles para pedir respostas a esses deputados federais, a esse governador, a esse ministro. Eles precisam dizer por que são contra a irrigação! Já se fala nas cem maiores cidades que vão crescer no Brasil, Petrolina não consta nessa lista, mas é normal, falta o dínamo do seu desenvolvimento, que é a irrigação. A irrigação está parada.
Petrolina deixa de entrar na competição das cidades de maior prosperidade. Eu não sei mais o que fazer. Não entendo, de jeito nenhum, essa mudança de procedimentos, porque aquele povo está se considerando enganado, eles acham que mentiram para eles dizendo uma coisa e aparecendo outra. Eis aí um grande desafio para Petrolina inteira: retomar forças perante o Governo da República para fazer o Projeto Pontal à imagem do Senador Nilo Coelho, esse é um grande desafio que pertence a todos nós. É preciso questionar quem é a favor da irrigação e quem é contra. Quem é a favor deve receber o apoio da população para retomarmos a nossa liderança como a cidade que mais cresce no Brasil.
Osvaldo Coelho (DEM/PE)
Foi Deputado Federal por oito legislaturas.
