A companhia aérea Lufthansa informou nesta terça-feira (31) que o copiloto do avião da Germanwings que caiu nos Alpes franceses há uma semana informou à empresa que, em 2009, havia sofrido um episódio depressivo grave.
A companhia entregou documentos à procuradoria, incluindo e-mails de Andreas Lubitz a seus instrutores de voo. “Nesta correspondência, ele informou à Escola de Treinamento de Voo em 2009… sobre um ‘severo episódio de depressão”, afirma o comunicado.
A Lufthansa é dona da companhia de baixo custo Germanwings.
Nesta segunda-feira (30), a promotoria de Düsseldorf, na Alemanha, afirmou que Lubitz passou por tratamento para tentar conter tendências suicidas no passado.
“Muitos anos atrás, antes de obter sua licença de piloto, o copiloto passou por um longo período de tratamento psicoterápico, com tendências suicidas visiveis”, disse o escritório da promotoria.
Segundo a promotoria, até agora não há sinais de que ele tinha tendências suicidas atualmente, segundo suas recentes idas ao médico.
A promotoria também afirmou que não vai entrar no mérito das especulações sobre os motivos do copiloto Andreas Lubitz, que segundo as autoridades teria derrubado deliberadamente o avião da companhia alemão. Segundo o órgão, não há pistas sobre o que teria motivado a ação do copiloto.
O voo da Germanwings caiu na última terça-feira (24), matando as 150 pessoas a bordo. O voo partiu de Barcelona (Espanha) e ia para Düsseldorf (Alemanha).
Problemas de saúde
Relatos da imprensa internacional apontam problemas enfrentados pelo copiloto que podem ter sido um fator na queda do avião.
Segundo o jornal francês “Le Parisien”, Andreas Lubitz, de 27 anos, sofria de transtorno de ansiedade generalizada (TAG).
Os médicos que o atenderam em 2010 aplicaram injeções de olanzapina, que tem efeito antipsicótico, e recomendaram que Lubitz praticasse esportes para recuperar a autoconfiança.
Lubitz também aparentava ter problemas com o sono, para o qual foi recomendado a usar o antidepressivo agomelatina.
A promotoria de Düsseldorf informou nesta sexta-feira (27) que encontrou documentos médicos “que apontam uma doença e o tratamento médico correspondente” na casa de Lubitz, em Düsseldorf, e na de seus pais, na cidade alemã de Montabaur.
O site do jornal alemão “Die Welt” informou na semana passada que agentes da polícia acharam vários remédios para tratar um grave “transtorno psicossomático” no apartamento em Düsseldorf.
Segundo o jornal americano “The New York Times”, Lubitz também tinha problemas de visão que poderiam ter colocado em risco seu trabalho.
Fonte: Portal G1