O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva talvez tenha, pela primeira vez, concordado com o estado putrefato da política brasileira. Durante um debate sobre os dez anos de governos petistas disse que não existe político “irretocável do ponto de vista do comportamento moral e ético”. Todos portanto, na sua compreensão, são amorais e aéticos, e, dessa forma, têm o direito de meter a mão em cofres públicos, ou realizarem a maracutaias que bem entender por fazer parte da espécie. Não creio que todos os políticos pensem assim, e não sei se, de outro modo, Lula realizou uma autodefesa em consequência do emaranhado de denúncias em que está, no momento, envolvido. Particularmente, discordo dele. Nem todo político é imoral, nem todo político é desprovido de ética. Incontinente, após dizer sua asneira, atacou a imprensa: disse que “ que a imprensa nacional tenta vender a imagem de que existem políticos ideais, que não existem”. Assim, a imprensa, felizmente, ainda acredita que seja possível que haja uma solução para os políticos, coisa que o ex-presidente não crer. Prefere ficar com a com a imoralidade pública.
(BN)