Supor um atentado terrorista em Salvador, sede de dez jogos dos torneios feminino e masculino de futebol na Olimpíada Rio 2016, já é o suficiente para deixar as forças de segurança em alerta. E com a aproximação do dia 4 de agosto, quando ocorrem as duas primeiras partidas, a série de simulações que tem sido feita na cidade, como precaução e preparação das Forças Armadas, foram intensificadas, com novas situações colocadas em teste.
Ontem foi anunciado que mais de 5 mil homens irão atuar na segurança dos Jogos na capital baiana, onde ocorreram simulações de ataques de diversas naturezas, em terra, mar e ar. Na Arena Fonte Nova, onde vão ocorrer os jogos, foi feito um procedimento de descontaminação por uso de agente químico.
“Esse exercício envolve não só as equipes da Marinha, como a equipe de defesa química, biológica, radiológica e nuclear, que é essa equipe de descontaminação, e também Corpo de Bombeiros, Samu, ou seja, são equipes de defesa de segurança pública e da estrutura de saúde, que trabalham em conjunto para reagir rapidamente”, explicou o capitão de fragata Flávio Almeida, que coordenou toda a simulação.
O processo durou cerca de 25 minutos e contou com a colaboração de universitários voluntários – todos da área de saúde. A estudante de Medicina Mariana Pinheiro, 22 anos, e as colegas Pryscilla Ferreira, 29, e Catarina Andrade, 21, aprovaram a operação militar. “Foi tudo muito bem organizado, bem real. Ficamos um pouco tensas. O tempo inteiro eles se mostraram preocupados em nos explicar o que ia acontecer”, contou Mariana. Pryscilla ainda considerou a oportunidade válida para sua área de estudo. “É uma oportunidade que agrega como estudante de Medicina, que nos deixa preparadas para uma emergência. Deu pra ver como é feita a descontaminação”, ressaltou.
No mar
Em alto mar, militares agiram diante de um suposto sequestro de um ferry boat e a ação passou pela retomada da embarcação, em posse de ‘bandidos’. “Realizamos uma ação de retomada do ferry [Dorival Caymmi]. Um elemento adverso portando armas e tomando reféns. Uma equipe do Grupamento de Patrulha Naval do Leste, responsável pela presa da embarcação, desembarca na embarcação, faz a retomada e captura do elemento”, pontuou o capitão Almeida.
Por fim, no Grand Hotel Stella Maris, a Secretaria da Segurança Pública (SSP) realizou uma ação sob o comando da Coordenadoria de Operações Especiais (COE) da Polícia Civil. Uma equipe especializada do grupo simulou a prisão de bandidos e apreensão de armas. O procedimento testou os protocolos de segurança para grandes eventos.
Segundo a SSP, 3,5 mil policiais estarão de prontidão durante os Jogos, ajudando as forças militares que atuarão, na capital, com 1.531 homens – 800 do Exército, 624 da Marinha e 107 da Aeronáutica.
Correio da Bahia




