Eduardo Campos acompanhou à distância a reunião do PPS em Brasília na qual foi aprovada a proposta de fusão com o PMN. O novo partido seria o PS, Partido Socialista. Na prática, a fusão dos dois partidos significa uma nova janela para a troca de partidos – aqueles que não estão satisfeitos em suas legendas poderão se filiar a um partido novo sem correr o risco de perder o mandato. É isso o que interessa a Eduardo Campos que neste momento tenta construir sua candidatura para disputar a presidência da República no ano que vem.
Para isso dar certo, o PPS acelera o processo para garantir a formalização da fusão ainda esta semana. É que partidos aliados do governo também tentam acelerar a votação de projeto que desestimula a criação de novos partidos porque, pela proposta, o novo partido não teria direito a tempo de televisão e acesso ao fundo partidário – questões fundamentais para um novo partido político.
Se tudo correr como esperam os estrategistas desta ideia de fusão, o novo partido, o PS, poderá ter pouco até 35 deputados: os 15 que hoje são do PPS e mais três do PMN. Com a janela aberta para a troca de partido, em torno de 20 deputados iriam para este novo partido. Os 35 deputados do PS somados aos 32 do PSB formaria um bloco próximo a 70 deputados – o mesmo patamar do PMDB, o principal aliado do PT. Além dos dois partidos, este bloco poderia atrair outras legendas. “os partidos que conseguirem escapar do balcão”, disse um dos idealizadores do bloco.
Resumo: com tempo de televisão equivalente ao do PMDB, o bloco PSB e PS daria condições iniciais para ter um candidato à presidência – como quer Eduardo Campos.
por Cristiana Lôbo,