“Onde crianças brincavam, pessoas se divertiam jogando futebol, amigos se reencontravam e entidades se confraternizavam hoje é o retrato do abandono e da destruição, servindo de abrigo para usuários de drogas e vândalos, depois que o Ibama embargou o local”. O desabafo é do músico e publicitário Mauricio Dias, que impotente assistia a mais um incêndio criminoso na Ilha do Country Clube.
O fogo começou por volta das 15 horas do último domingo (14) e por conta da vegetação seca se alastrou rapidamente tomando proporções alarmantes. Todo o gramado do campo de futebol juntamente com o sistema de irrigação, desativado por falta de energia, foi destruído em questão de minutos. O fogo chegou às extremidades da ilha e até mesmo a mata ciliar foi atingida. Os bombeiros do 9º GBM tiveram dificuldade para controlar o incêndio devido a impossibilidade de acesso do caminhão à ilha. Todo o trabalho foi feito com abafadores, facões e enxadas.
Segundo o presidente do clube, Carlos Mauricio (Mauriçola), a ilha foi embargada desde o ano passado pelo Ibama, atendendo a uma solicitação do Ministério Público Federal em Petrolina e, de lá para cá, os sócios se afastaram, por falta de opção, os vândalos tomaram conta da ilha e este já é o terceiro incêndio criminoso no lugar que se encontra completamente abandonado.
Fundado em 1965, o Country foi o primeiro clube de campo da região e por anos serviu a sociedade juazeirense. Hoje, com dívidas que ultrapassam os três milhões de reais, com a Justiça Trabalhista e Federal, o clube vive momentos de sufoco, com mais de 50 ações judiciais e toda área penhorada. “São débitos que foram se acumulando ao longo dos anos e hoje é uma dívida praticamente impagável diante da situação que o clube se encontra. Quando assumi a direção do Country tinha plena consciência do problema, e a minha intenção era a de revitalizar todo este patrimônio, mas infelizmente, diante do embargo da ilha os sócios se afastaram, hoje a inadimplência é de 100%, todos os funcionários pediram demissão e colocaram o clube na Justiça e estamos sobrevivendo do aluguel do salão para alguns eventos, pelo menos para manter a energia em dia. Espero que as autoridades e a sociedade se sensibilizem com essa situação e não deixem morrer este tradicional clube, palco de eventos importantes e espaço de lazer da maioria das famílias juazeirenses”, apela Mauricio.
Por Antonio Pedro
Fotos: Mauricio Dias