Leopold Engleitner, o mais velho sobrevivente conhecido dos campos de concentração nazistas, morreu aos 107 anos, informou seu biógrafo nesta quinta-feira (2).
Engleitner, cuja vida foi documentada no livro e no filme “Unbroken Will”, ficou preso nos campos de Buchenwald, Niederhagen e Ravensbrueck entre 1939 e 1943.
Ele recusou-se a renunciar à crença como Testemunha de Jeová para obter a liberdade, mas acabou por ser libertado, pesando apenas 28 kg, com a condição de que concordasse em passar o resto de sua vida trabalhando como operário agrícola escravo.
Ele voltou a trabalhar em uma fazenda perto de sua cidade natal de Bad Ischl, na Áustria, e foi libertado do trabalho forçado pelas tropas norte-americanas, em 1946, após se esconder nas montanhas por um período para escapar de uma convocação para o Exército alemão.
Engleitner continuou seu trabalho missionário após a guerra, ao mesmo tempo que mantinha outros empregos, incluindo um período como vigia noturno numa fábrica de sabão.
Ele tornou-se uma figura pública quando o autor e produtor de cinema austríaco Bernhard Rammerstorfer publicou sua biografia e um documentário sobre sua vida em 1999, que foram traduzidas para o inglês em 2004.
Ele contou suas experiências em turnês pela Europa e Estados Unidos e, em seus últimos anos, conversou com estudantes sobre sua própria vida. Engleitner compareceu à estreia de um novo documentário de Rammerstorfer sobre sua história em novembro de 2012, nos EUA.
“É muito difícil para mim anunciar a dolorosa notícia do falecimento do meu melhor amigo”, escreveu Rammerstorfer em seu site.
O autor disse que Engleitner morreu pacificamente, na companhia da família de Rammerstorfer, em 21 de abril.(G1)