Por Adeílton Jr/Foto: André Santos

Por volta das 7h30 de ontem (11) os integrantes do Movimento Sem Terra ocuparam a Ponte Presidente Dutra, que liga as cidades de Juazeiro na Bahia e Petrolina em Pernambuco. Os manifestantes colocaram fogo em pneus e gritavam palavras de ordem com pedaços de madeira e bandeiras nas mãos. A manifestação, de caráter pacífico, ocorreu tranquilamente e foi realizada nas principais BRs e rodovias em todo o Brasil.
O líder do MST em Petrolina, Reginaldo Martins, explica que as pautas das reivindicações começaram na última terça-feira (3), com a jornada das mulheres. “As mulheres tomaram como determinação discutir a pauta da reforma agrária a nível nacional. Nesse momento várias BRs estão sendo trancadas para ver se o governo federal discute com os trabalhadores em uma audiência a pauta da reforma agrária”, explicou.
Objetivo
De acordo com Martins a manifestação tem o objetivo de chamar a atenção do governo para três pontos específicos da luta do MST. “Os três principais pontos que queremos discutir é o ponto terra, o assentamento das 20 mil famílias acampadas em todo o Brasil; habitação, o programa nacional de habitação rural que o governo lançou e também a questão dos investimentos para os assentamentos”, afirmou.
Segundo o líder do MST as discussões sobre a reforma agrária pararam durante o governo da presidente Dilma Rousseff. “No governo Lula tivemos um avanço significativo na questão da reforma agrária. Então esse foi um período que se mobilizou muita gente na luta da terra, foram assentadas muitas famílias. Mas, nos últimos anos está parada e não se sai mais assentamentos no Brasil”, pontuou.
Somente ambulâncias, carros de funerárias, viaturas da polícia e corpo de bombeiros tinham acesso liberado. O inspetor chefe da delegacia da Polícia Rodoviária Federal, Paulo Lima, estava negociando com os manifestantes para que fosse possível a liberação do trânsito. “Qualquer tumulto aqui na ponte causa esse grande congestionamento. Nós negociamos com eles e já estamos tratando da liberação da ponte”, destacou.
Durante os primeiros minutos da ocupação uma longa fila de carros, caminhões e motocicletas se formou, o que deixou muita gente irritada. Principalmente para Edilângela Aquino (23). “Eu estou aqui há mais ou menos duas horas e estava indo para uma entrevista de emprego”, lamentou.
A interrupção do fluxo de veículos se deu na subida da ponte em Petrolina. O congestionamento se estendeu por toda a ponte deixando ainda mais complicado o trânsito de Juazeiro, que teve que ser modificado em alguns trechos para evitar transtornos. O MST desocupou a ponte por volta das 10h. Os manifestantes seguiram em direção ao Incra em Petrolina.




