Uma faixa estendida na galeria do Plenário da Câmara parabenizando os militares pelo golpe de 1964 provocou a interrupção da sessão solene que é realizada nesta terça-feira (1º). “Graças a vocês o Brasil não é Cuba”, dizia a faixa, estendida por duas pessoas. Cidadãos e deputados se manifestaram contra o ato e houve princípio de tumulto no Plenário, quando participantes da sessão solene arrancaram um cartaz das mãos de Ivone Luzardo, presidente da União Nacional das Esposas de Militares. O cartaz estampava as frases “Fora corruptos, comunismo aqui não” e “Feliz a Nação cujo Deus é o Senhor”. A presidente, em prantos, criticou clima de “revanchismo” no país. Em sua conta no twitter, o deputado Jean Wyllys (PSOL/RJ) relatou o fato em diversas publicações. Na primeira delas, ele diz: “O deputado fascista e meia dúzia de canalhas que lhe segue conseguiram tumultuar a sessão solene que rememora os 50 anos do Golpe”. Jean afirmou ainda que “com a complacência da Segurança da Câmara, dois canalhas subiram à galeria e abriram uma faixa louvando a Ditadura Militar e seus crimes”.
Após falar sobre a crise de choro de Ivone, que ele caracterizou como “histérica”, o deputado ainda alertou: “Os apologistas foram retirados da sessão, que voltou ao seu curso normal. Continua. Atenção: essa narrativa não é mentira de 1° de abril!”. Por volta do meio dia, a sessão voltou a ser suspensa, já que parlamentares e convidados viraram de costas quando o deputado Jair Bolsonaro (PP-RJ) começou a discursar proferindo elogios ao golpe. Pouco depois de 12h, o presidente da cerimônia, deputado Amir Lando (PMDB-RO), encerrou a sessão, após manifestantes se recusarem a virar de frente para ouvir o discurso de Bolsonaro.


