A ex-senadora Marina Silva se reuniu nesta sexta-feira (4) por meio de videoconferência com membros da Comissão Executiva da Rede Sustentabilidade de vários estados para decidir qual atitude tomará em relação à eleição do ano que vem, segundo informou a assessoria do partido.
Depois da reunião com a Executiva, ela anunciará se ingressará em outra legenda para disputar a eleição para presidente. Na noite desta quinta, o Tribunal Superior Eleitoral negou registro à Rede, o que impede o partido de concorrer em 2014.
O presidente do PPS, deputado Roberto Freire, ofereceu o partido a Marina Silva para concorrer como candidata a presidente, ainda que os aliados da ex-senadora que se filiarem ao partido venham a sair depois que a Rede obtiver o registro definitivo da Justiça Eleitoral.
Temos abertura. Não tem problema a Rede vir apenas em um período. Não há impedimento nenhum.”
Roberto Freire, presidente do PPS
“Temos abertura. Não tem problema a Rede vir apenas em um período. Não há impedimento nenhum”, afirmou Freire ao G1. Inicialmente, o deputado ofereceu o PPS a José Serra, para a disputa da Presidência da República em 2014, mas Serra preferiu permanecer no PSDB.
Noutras ocasiões, Freire já tinha convidado Marina Silva, como na época em que articulou a fusão do PPS com o PMN para a criação do MD (Mobilização Democrática) – o partido não se constituiu porque o PMN desistiu.
Freire disse que tomou a iniciativa de reafirmar o convite depois que Marina, ao final da sessão do TSE, não rechaçou a possibilidade de migrar para outra sigla. “Refirmei [o convite] agora porque é o momento em que ela está decidindo”, observou.
O presidente do PEN (Partido Ecológico Nacional), Adilson Barroso, também colocou o partido à disposição de Marina Silva. Segundo ele, membros do partido iriam se reunir com integrantes da Rede na tarde desta sexta.
Eu tenho aqui o que oferecer para ela. Ela precisa ter um certo controle para a própria candidatura. Quero dar autonomia para ela. Eu deixo ela ser presidente nacional do PEN, se for preciso.”
Adilsaon Barroso, presidente do PEN
“Eu tenho aqui o que oferecer para ela. Ela precisa ter um certo controle para a própria candidatura. Quero dar autonomia para ela. Eu deixo ela ser presidente nacional do PEN, se for preciso”, declarou.
Barroso disse que defende “a mesma teoria” de Marina Silva. “Para nós, que defendemos a sustentabilidade, seria muito bom ela vir”, afirmou Barroso.
Segundo o Blog do Camarotti, o PHS também ofereceu o partido para que Marina possa disputar a eleição para presidente da República.
De acordo com o blog, Marina já liberou os deputados que pretendiam se filiar à Rede para escolher o destino que desejam seguir. “Cada um pode ser candidato no partido que achar mais conveniente. Eu apoiarei cada um de vocês onde quer que estejam”, disse Marina durante reunião com os parlamentares, segundo informou o blog.
‘Demos mole’
Nesta sexta, o deputado federal Alfredo Sirkis (PV-RJ), um dos que atuam na construção do novo partido, afirmou em seu blog que a “autoilusão” e a “autocomplacência” fizeram com que o partido não conseguisse o número necessário de assinaturas válidas para obter o registro.
Segundo a Justiça Eleitoral, eram necessárias 492 mil assinaturas de apoio, mas o partido apresentou 442 mil e reclamou de os cartórios eleitorais terem rejeitado sem justificativa outras 95 mil.
“Para ser direto, em bom carioquês: ‘demos mole'”, afirmou Sirkis no blog. Para ele, Marina é uma líder “extraordinária”, mas tem “limitações”.
“Às vezes, falha como operadora política, comete equívocos de avaliação estratégica e tática, cultiva um processo decisório ad hoc e caótico e acaba só conseguindo trabalhar direito com seus incondicionais. Reage mal a críticas e opiniões fortes discordantes e não estabelece alianças estratégicas com seus pares. Tem certas características dos lideres populistas embora deles se distinga por uma generosidade e uma pureza d’alma que em geral eles não têm”, escreveu o deputado, que disse no blog ter cometido “sincericídio”.