
Uma menina de 3 anos foi baleada na perna enquanto brincava na calçada de casa, na Rua Laura de Araújo, na Cidade Nova, Centro do Rio. Lavínia Crissiullo estava no colo de uma amiga da família, que encontra-se grávida, e foi atingida na panturrilha direita no início da noite desta quinta-feira.

Testemunhas contam que dois homens vestindo bermudas e chinelos já chegaram ao local atirando, pouco antes das 19h. De acordo com dados preliminares fornecidos pela 6ª DP (Cidade Nova), que assumiu o caso, eles eram policiais militares do Batalhão de Choque à paisana, que foram ao endereço em questão checar a existência de um ponto de venda de drogas. Os PMs confirmaram essa informação em depoimento, mas alegaram que uma equipe que continha ao todo 15 agentes esteve no local. As armas dos PMs foram apreendidas para ser realizada perícia.
Os policiais teriam sido recebidos a tiros por traficantes e reagiram, dando início ao confronto que feriu a criança. Lavínia foi levada pela família ao Hospital Central da PM, a cerca de 500 metros do ponto onde ela foi atingida.
— Os médicos só me disseram que a bala ficou alojada na perninha dela — disse a diarista Lucilene Crissiullo, de 35 anos, mãe da menina, que já teve alta e seguiu com Lucilene para a 6ª DP, onde estão prestando depoimento.

Após o tiroteio, moradores iniciaram um protesto e fecharam a Rua Carmo Neto. Policiais do Choque foram acionados para conter o tumulto. Os PMs chegaram a utilizar spray de pimenta e bombas de gás lacrimogêneo, e os manifestantes revidaram arremessando pedras e outros objetos.

Procurada, a assessoria da PM informou que não houve nenhuma operação do Choque na região do ocorrido nesta quarta-feira, e que o batalhão foi convocado apenas para atuar junto à manifestação. A corporação também afirmou que o fato será, agora, apurado pela Polícia Civil.

Fonte: Jornal Extra




