Alguns dias após o Instituto Nacional de Geografia e Estatística (IBGE) divulgar o resultado do Produto Interno Bruto (PIB) do terceiro trimestre deste ano, que avançou somente 0,6%, abaixo da previsão do mercado financeiro e também do governo federal, os economistas dos bancos já começaram a ajustar para baixo suas previsões para o crescimento da economia em 2012 e 2013.
Segundo o relatório de mercado, também conhecido como Focus, que é fruto de pesquisa do BC com mais de 100 instituições financeiras na última semana, a previsão de crescimento do PIB dos analistas dos bancos para este ano, por exemplo, recuou de 1,50% para 1,27%.
Se confirmado, o resultado do Produto Interno Bruto (PIB) deste ano será o pior desde 2009, quando o país sentia os efeitos da primeira etapa da crise financeira internacional. Naquela ocasião, o PIB registrou retração de 0,3%.
Para 2013, a expectativa de crescimento também recuou, passando de 3,94% para 3,70% de alta. Com isso, o mercado dá sinais, novamente, de que não acredita na estimativa do Ministério da Fazenda, de que o PIB vá crescer mais de 4% em 2013.
Inflação e juros
Para a inflação de 2012 e 2013, os economistas dos bancos não alteraram suas previsões na última semana. Deste modo, a estimativa para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que serve de base para o sistema de metas de inflação, permaneceu em 5,43% para este ano e em 5,40% para 2013.
Pelo sistema de metas que vigora no Brasil, o BC tem de calibrar os juros para atingir as metas pré-estabelecidas, tendo por base o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). Para 2012, 2013 e 2014, a meta central de inflação é de 4,5%, com um intervalo de tolerância de dois pontos percentuais para cima ou para baixo. Deste modo, o IPCA pode ficar entre 2,5% e 6,5% sem que a meta seja formalmente descumprida.
Para a taxa básica de juros, que foi mantida em 7,25% ao ano na semana passada, na mínima histórica, a previsão dos economistas dos bancos é de que ela continuará neste patamar até o fim do próximo ano – mesma estimativa da semana anterior.