Diário da Região,20/22 de setembro de 2008
Mesmo(Do lat.Metipsimu). Exatamente igual; idêntico: “As palavras seriam as mesmas da comédia; a ilha que era outra”; ( Machado de Assis, Quincas Borba, p.156 ).Mesmice: Ausência de progresso; inalterabilidade. “Toda a Semana Santa correu-lhes torturante daquela existência imóvel” (Euclides da Cunha À Margem da História).
A chafurdice mesmice (Do ponto de vista político, grupo que convive com um chefe, influindo em suas decisões) embrionário de uma mesma camarinha, alcova, compara-se a uma comédia em verso e prosa, querendo enganar e divertir o povo, com gracejos, sátiras e eufemismo, desdenhando, assim, os eleitores, tendo-os como autômatos palhaços! Tudo isso, vergonhosamente, se assiste em vários municípios desse solo tupiniquim.
Um continuísmo torpe, repetição incessante, carrasco e desdita é um quadro melancólico, gêmeo, xifópago da mesmice que merece uma extinção vital, com ausência de exéquias e lápide, sepulcro raso, facilitando o cardápio para os germes e os abutres!
Em qualquer setor da vida, esse binômio soturno e medonho, que causa náusea e repugnância, não deve persistir, porque, significa um atraso, retenção do progresso.
O povo não é curto de inteligência, neófito, beócio, nem tão pouco amnésico – falta de memória – na essência do termo, como também não é vesgo nem mouco para entender que o citado binômio acarreta males destrutivos, quer seja no âmbito privado, quer seja na vida pública.
Retóricos que enfeitam a oratória, o discurso, fazem do palanque um teatro de encenações demagógicas, covil de calúnias enlameadas, atores socráticos, sofistas em profusão, tendenciosos e peritos na arte de enganar, desconhecem que suas tramas dantescas e tinhosas já estão descobertas pelos eleitores.
Certos desavisados e pretensiosos a cargo eletivo por esse Brasil a fora, acostumados a dar os célebres tapinhas hipócritas nas costas e peitos dos eleitores, que envergam falsa capa, generosa, e, que por debaixo desta moram a vaidade e o egoísmo; gostam de promessas mentirosas e dar quinquilharias a crianças filhos de eleitores abatidos pela pobreza, deixem desse péssimo hábito, pois, os eleitores estão em alerta com uma couraça de independência cívica.
Conservar ou manter aquilo que é nocivo, putrefo, anômalo, mesmice e continuísmo – é querer conviver com o limbo da sarjeta, sendo este escoadouro das águas infectas que só trazem tristeza à cidadania, democracia e o estado de direito.
Quando uma sociedade tem avidez por uma mudança, ocorrendo o mesmo com organizações privadas ou empresas públicas, conclui-se que, necessita-se de uma renovação, cara nova, mudança, a fim de um progresso.
Renovar é preciso; renovar é tirar o que é imprestável, inútil. Não se admite banir o ruim, e, colocar o atrelado com aquele que tem o mesmo extrato. Renovar (Do lat. Renovare). Significa mudar para melhor, tornando-se dessa maneira para melhor; ser tudo novo e límpido. Substituir com pureza atos nítidos, castiços, perfeitos. Afeição de novo; modificar ou mudar para melhor: “se não tens força, nem originalidade para renovar um assunto gasto, melhor é que te cales e te retires”. (Machado de Assis, Histórias sem Data, PP. 4-5).
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