O paratleta paulista radicado na Bahia, Marcelo Collet. Foto: Divulgação
Em meio ao Parapan 2015 em Toronto, no Canadá, o Bahia Notícias conversou com o paratleta Marcelo Collet, de 34 anos. Ele não estará no Parapan porque a categoria que disputa no Paratrialto (PT 4, que inclui atletas com um leve grau de comprometimento das atividades motoras) não existe na competição panamericana, mas é um dos principais nomes do Brasil para fazer história na Paralimpíada do Rio de Janeiro em 2016, quando a modalidade estreia nos Jogos Olímpicos. O paulista, radicado na Bahia desde os 11 anos de idade (“mãe é quem cria. Sou filho de Salvador”, diz), que já conquistou oito medalhas em Parapan-Americanos e esteve em duas Paralimpíadas através da natação, falou sobre a falta de investimento no Paratriatlo nacional, que pode atrapalhar seu sonho olímpico, a ansiedade em estrear na modalidade em uma Paralimpíada, do acidente que mudou sua vida e comentou sobre os planos para o futuro. Acompanhe um trecho da entrevista ao Bahia Noticia.
Marcelo, você nasceu em São Paulo, mas é radicado na Bahia. De onde vem essa sua baianidade?
Meu pai foi transferido pelo trabalho para cá (Salvador) e trouxe a família toda. Vim para a Bahia com 11 anos de idade, cresci aqui, minha formação de atleta foi feita em Salvador, com os profissionais daqui. Me sinto muito honrado em representar a Bahia em todas as competições que vou. Não tem aquele ditado que “mãe é quem cria”? Sou filho de Salvador e tenho um carinho enorme por essa cidade.
Você não vai ao Parapan porque na competição não tem a categoria (PT 4) que você disputa. Como está sendo a preparação para a Paraolimpíada de 2016?
Estou em uma preparação forte com o meu técnico Fábio Cuba e nosso objetivo final é conquistar uma medalha em 2016 e, para isso acontecer, estamos fazendo um trabalho de fortalecimento. Estou sendo acompanhando por nutricionista, fisioterapeuta e toda uma equipe. Fora isso, estamos na luta para viabilizar o projeto. Eu consegui realizar 30% do planejamento, como viagens e etapas do Mundial. Agora mesmo estou na luta para ir à Detroit, no próximo dia 15, mas até o momento não sei se vou. Estou tendo dificuldade em relação a investimento no paratriatlo, pois na modalidade a gente consegue a vaga na Paraolimpiáda através do ranking mundial e, para conquistar pontos, eu preciso participar das etapas e não estou conseguindo.
Há o risco de ficar fora da Paraolimpíada?
Sim. A gente provavelmente deve saber da convocação para a Rio-2016 em maio. Então eu tenho que participar das etapas do mundial e dos principais campeonatos para pontuar no ranking. Estava em 9º lugar, mas, agora, estou no 11º porque não consegui ir para a etapa da Itália.