Mesmo durante a crise é possível fazer o dinheiro render; veja como investir

Se por um lado, os efeitos da crise e a estratégia do governo em aumentar a taxa de juros para combater a alta inflacionária tem impactado negativamente no bolso do brasileiro, por outro, o atual cenário econômico pode significar uma boa oportunidade para quem quer investir aquele dinheiro que conseguiu economizar, mesmo diante do aperto nas finanças.

No primeiro semestre de 2015, os investimentos baseados na previsão da inflação e no comportamento dos juros, como os Fundos de Renda Fixa, ficaram muito próximos da inflação acumulada em 6,10%. Um bom negócio para quem apostou neste tipo de aplicação, com rendimentos que alcançaram, no acumulado, 5,89%.

Opção, inclusive, mais rentável que a tradicional poupança, que ficou na lanterna quando comparada com a rentabilidade de outros investimentos, com um rendimento de 3,70%, quase metade da inflação para o período.

Segundo o diretor executivo de estudos e pesquisas econômicas da Associação Nacional dos Executivos de Finanças Administração e Contabilidade (Anefac), Miguel José Ribeiro, o cenário de alta de juros é propício para quem deseja continuar investindo em renda fixa durante os próximos meses.

Na prática, quem aplicou R$ 1 mil no inicio do ano, teria agora no fundo de renda fixa R$ 1.058,90. Se tivesse aplicado o mesmo valor na poupança, o rendimento estaria em R$ 1.037. “É uma diferença de quase o dobro no valor do rendimento. Mesmo rendendo abaixo da inflação, é melhor deixar o dinheiro investido do que parado. Isto porque a tendência para este  semestre é manter os investimentos lastreados por juros, já que o Banco Central deve continuar mantendo o  patamar elevado”, diz Ribeiro.

Retorno positivo

Cada vez que alguém compra um fundo de renda fixa é como se estivesse emprestando dinheiro ao emissor do título – seja ele o governo, um banco ou uma empresa. O contador Luciano Nascimento sempre depositava na poupança aquela grana extra que sobrava até pesquisar mais sobre outros tipos de investimento.

O ideal é começar com qualquer valor, mas manter a constância. Com certeza, este capital fará a diferença lá na frente
Edward Cláudio Jr., educador financeiro

Quando transferiu os R$ 20 mil que havia guardado na poupança para um fundo de renda fixa viu o dinheiro depositado render em seis meses até 20% a mais do que renderia na caderneta.

“Eu buscava um rendimento que me desse a mesma segurança de uma poupança, mas que me proporcionasse uma rentabilidade melhor. Fui pesquisando, acompanhando também o mercado e consegui alcançar este retorno”, conta ele.

Os títulos de renda fixa podem ser de remuneração pré-fixada – como o CDB (Certificado de Depósito Bancário), os títulos do Governo LTNs (Letras do Tesouro Nacional) e NTN-Fs (Notas do Tesouro Nacional série F); ou pós-fixada, como o CDI (Certificado de Depósito Interbancário) e as Letras Financeiras do Tesouro (LFTs).

“No primeiro, eu tenho a definição antecipada da taxa de remuneração que irei receber após o período contratado. Já o pós-fixado sofre as alterações da economia: se a inflação subir, o rendimento sobre, se ela diminuir, o rendimento também cai”, explica o educador financeiro Edísio Freire.

SAIBA COMO INVESTIR

1 – Objetivo: Antes de analisar os tipos de investimentos, é preciso ter a resposta para a seguinte pergunta: Para que você quer juntar dinheiro?

2 – Informação: Busque informações sobre todos os tipos de investimento antes de aplicar o dinheiro. Converse com alguém que entenda de investimento. Procure o próprio banco onde você tenha conta ou alguma corretora de valores que possa avaliar o tipo de investimento que se ajusta ao valor e ao período que pretende investir.

3 – Liquidez:  Fique atento as taxas de administração que serão cobradas. Programe também o tempo do investimento, pois, a depender da aplicação, se o valor do resgate for resgatado antes do período estabelecido, você perde dinheiro.

4 – Panorama: Observe o cenário econômico antes de investir. Avalie o tipo de rendimento que possa proporcionar uma rentabilidade melhor de acordo com o comportamento da economia.

5 – Prazo: Especialistas recomendam diversificar os investimentos. Não invista todo o volume em um único ativo. Busque alternativas que caibam no seu perfil de investidor.

Nascimento possui dois fundos de renda fixa, com 100% de toda sua reserva. “O importante é manter os investimentos. Todo mês procuro aumentar o montante para ter um resultado melhor”. O próximo passo é investir em títulos do tesouro direto, títulos públicos emitidos pelo Governo Federal.

“Vou começar investindo R$ 2 mil. A minha expectativa em longo prazo é alcançar 6% de ganho real acima da inflação”, projeta. Aplicação, inclusive, que também pode ser uma opção rentável em tempos de alta de juros e inflação acima do teto, como recomenda o educador financeiro.

“Os títulos do tesouro direto são uma das aplicações mais seguras que existe. A maior vantagem está na possibilidade de comprar frações do título com qualquer valor. A rentabilidade vai ser proporcional ao volume investido”, explica Freire.

Dinheiro guardado

O cenário de crise aumenta a importância de uma reserva financeira em longo prazo, como assegura o educador financeiro, Edward Cláudio Jr. “Investir é sempre interessante. O ideal é começar com qualquer valor, mas manter a constância. Com certeza, este capital acumulado vai fazer a diferença lá na frente”.

A tendência é reforçada pelo crescimento do interesse em investir além dos ativos ofertados pelos bancos, como mostram os dados da Easynvest Título Corretora de Valores. O número de investidores de janeiro a junho cresceu 115%.

O contador Luciano Nascimento buscava uma opção de investimentos mais lucrativa que a poupança. Optou por um fundo de renda fixa e está satisfeito com os resultados que está conseguindo
(Foto: Mauro Akin Nassor)

Os Títulos do Tesouro e Títulos de Renda Fixa Privada, como o CDB, LCI (Letras de Crédito Imobiliário) e LCA (Letra de Crédito do Agronegócio), lideram entre os mais procurados. “O investidor que nos procura é aquele que quer sair da poupança em busca de alternativas que possam melhorar sua rentabilidade, além daquilo que os bancos oferecem”, afirma o diretor da Easynvest Amerson Magalhães.

O montante investido por pessoas físicas intermediadas pela empresa está  em R$ 1,5 bilhão. “Acho que meu estoque de ativos deve dobrar até o final do ano. A taxa de juros agora tem sido muito convidativa para o investimento. Apostando no investimento ideal, é possível ter um ganho real garantido”, completa.

Renda variável: maior o risco, mas com possibilidade de mais retorno

O dólar comercial, o dólar paralelo e o ouro foram os investimentos que, no acumulado, apresentaram rentabilidade acima da inflação, com 17,17%, 15,73%, e 16,37%, respectivamente. Por serem aplicações de renda variável, são regidos pelas influências do mercado, respondendo de maneiras próprias ao cenário econômico.

“É investimento para quem tem muito dinheiro para investir. O retorno é mais rápido, o volume também é maior, mas é muito sensível ao risco. É tudo muito dinâmico: uma hora você pode ganhar muito e na outra, pode perder tudo”, explica o educador financeiro Edísio Freire.

Para quem não tem medo de se aventurar no mercado financeiro, o investimento em ações pode ser interessante, diz Freire. “Tem que ter coragem. Recomendo 10% do que você pretende investir ficar em renda variável. Um bom exemplo são as ações da Petrobras, que passaram por uma desvalorização nos últimos dias, mas podem crescer”.

As ações da estatal estavam custando R$ 9 e em menos de uma semana chegaram a R$ 14. “Quem investiu 10 mil, por exemplo, conseguiu ganhar R$ 14 mil, 40% a mais do investimento inicial”, calcula Freire. No entanto, é preciso estar atento ao cenário econômico. “Analise o momento minuto a minuto para tentar desenhar uma tendência”, recomenda ele.

Bahia Criativa oferece oficinas e formações gratuitas

Quem quer ganhar dinheiro, mas fora do mercado financeiro, tem também a chance de aplicar os recursos na abertura de um negócio próprio. Fruto de um convênio firmado entre o Ministério da Cultura e o Governo da Bahia, o Escritório Bahia Criativa promove este mês oficinas voltadas para empreendedores que atuam na cadeia produtiva da economia criativa, gestores e colaboradores de organizações culturais que desejam adquirir conhecimentos sobre os temas abordados.

As atividades acontecem em Salvador e nos territórios de identidade Vale do Jiquiriçá, Piemonte do Paraguaçu e Litoral Norte-Agreste Baiano. Na próxima terça-feira, acontece na capital baiana a oficina Cidades Criativas, com a designer Alice Barreto, que é especialista em Gestão de Cidades e Empreendimentos Criativos.

A oficina, que acontecerá no Forte do Barbalho, das 8h30 às 17h30,  irá trabalhar sob a perspectiva de que as soluções para os problemas estruturais da sociedade, economia, cultura e das cidades exigem novos olhares. Confira a programação completa no sitewww.facebook.com/pages/Bahia-Criativa.

Fonte: Correio da Bahia

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