Na manhã deste sábado (5), já tinham chegado a Munique, na Alemanha, cerca de mil imigrantes, de um total de até 10 mil que eram esperados no dia. Muitos deles refugiados da guerra civil da Síria, eles partiram nesta sexta-feira da Hungria rumo à fronteira com a Áustria.
Segundo a polícia austríaca, mais de 6 mil já tinham entrado na Áustria até o início da tarde deste sábado, mas um número maior era esperado ao longo do dia. Parte dos que chegaram à Áustria partiram logo em seguida para Munique em trens especiais.
Nesta sexta-feira, Alemanha e Áustria anunciaram que aceitariam receber os imigrantes que estavam na Hungria. Milhares permaneciam havia vários dias acampados nos arredores da principal estação de trem de Budapeste, capital húngara, depois que os trens rumo à Europa Ocidental foram cancelados.
O governo da Hungria insistia que os imigrantes se registrassem com pedidos de asilo no país, seguindo as regras da União Europeia.
Esta é a pior crise de refugiados que a Europa enfrenta desde as guerras da Iugoslávia nos anos 1990. A polícia de Munique diz que intérpretes de árabe ajudaram os refugiados com os procedimentos nos centros de registro emergenciais. A recepção eficiente na Áustria e na Alemanha contrastou com a desordem prevalente na Hungria.
‘Gratidão aos austríacos’
Na estação de Viena, na Áustria, os recém-chegados, embrulhados em cobertores, e alguns com crianças adormecidas nos braços, foram recebidos por muitos voluntários com comida, bebidas, sabonetes e bilhetes de trem. Um dos refugiados mostrava um cartaz onde era possível ler “Gratidão aos austríacos”.
“Depois de inúmeros exemplos de tratamento vergonhoso aos refugiados e aos imigrantes por parte de alguns governos da Europa, é um alívio ver enfim um pouco de humanidade. Mas isso está longe de ter acabado, na Hungria e na Europa”, alertou um funcionário da Anistia Internacional.
O ministro húngaro das Relações Exteriores, cujo país foi porta de entrada de mais de 50 mil imigrantes em agosto, rebateu as críticas neste sábado.
Neste sábado, a estação de trem de Budapeste, que tinha sido esvaziada de imigrantes nesta madrugada, começava a receber novos imigrantes que, diante dos trens que permaneciam cancelados, anunciavam que partiriam à pé rumo à Áustria, como outros grupos fizeram nesta sexta-feira.
Oferta de ajuda
Mais de 40 cidades do Reino Unido se ofereceram para acolher refugiados do conflito sírio, anunciou neste sábado (5) a candidata a liderar o Partido Trabalhista britânico, Yvette Cooper. A candidata pediu nesta sexta-feira a colaboração das autoridades locais do país para fazer frente à crise migratória que assola a Europa.
Já o primeiro-ministro finlandês, Juha Sipilä, anunciou que dará abrigo aos refugiados em sua casa de campo – onde raramente vai devido a suas funções em Helsinki. O político já convidou repetidamente os finlandeses a mostrar solidariedade com os imigrantes que chegam ao país. “Espero que isso se torne uma espécie de movimento popular que faça com que muitos assumam suas responsabilidades nesta crise dos refugiados”, afirmou.