Os 1.550 militares do Exército, Força Nacional de Segurança Pública e da Polícia Militar, responsáveis nos últimos dias por manter isolados os soldados grevistas na Assembleia Legislativa, em Salvador, começam a ser remanejados para fortalecimento da segurança preventiva nas ruas da cidade na tarde desta quinta-feira (9). Os grevistas, que estavam no prédio da Assembleia desde o dia 31 de janeiro, desocuparam a Casa no começo da manhã.
De acordo com o tenente-coronel do Exército Márcio Cunha, o trabalho tem o objetivo de manter o clima de normalidade nas ruas. “Nós nos desligamos de Prisco [líder dos grevistas], cumprimos a nossa missão em relação a ele e, agora, focamos na segurança e tranquilidade. Enquanto estiver vigorando o decreto federal, estaremos aqui”, diz.
O tenente-coronel explica que o patrulhamento preventivo da tropa é realizado de forma integrada entre as polícias Militar, Civil e Federal, além da própria sociedade, através do telefone do disque-denúncia, divulgado no começo das ações, cujo número é 71 3320-1972. “O objetivo é chegar ao local com o máximo de rapidez. Ontem tivemos a informação da população sobre um arrastão em Itapuã. O helicóptero sobrevoou e não deixou com que as pessoas realizassem a ação”, afirma.
O apoio do avião do Exército é um dos três pilares da estratégia de segurança, comenta Cunha. “A tropa faz o sobrevoo para patrulhamento aéreo e ligação com a terra”, diz. Também integra a estratégia a elaboração de um relatório diário sobre a situação dos locais onde os soldados estiveram, no intuito de atender os diversos bairros, além da manutenção do canal de comunicação com a população, através das denúncias repassadas pelo disque-denúncia. “Os relatos são sempre averiguados e as equipes são deslocadas desde que se ateste a veracidade”, diz. No interior do estado, as cidades de Feira de Santana, Ilhéus, Barreiras, Juazeiro e Paulo Afonso, que pediram apoio, também terão reforço.
Impasse sobre fim da greve
Três entidades que representam os policiais militares da Bahia estão reunidos em Salvador nesta quinta-feira (9) para discutir os rumos da paralisação e a possibilidade de um acordo sobre reajuste salarial. Além da reunião entre as entidades, cerca de 500 manifestantes, incluindo policiais que estavam no prédio ocupado, também discutem em um ginásio da capital baiana os rumos da greve. Até o começo desta tarde, o governo do estado não havia se pronunciado oficialmente sobre a retomada de negociações.
GAPs serão votadas
O governo da Bahia afirmou irá enviar um projeto de lei para a Assembleia Legislativa da Bahia, em Salvador, com as datas e os valores do pagamento da Gratificação de Atividade Policial (GAP) IV e V, segundo informações da Secretaria da Casa Civil. A gratificação é um dos principais pontos de negociação entre o governo e os PMs.
Não há definição de quando o projeto de lei será votado pelos deputados estaduais, que retomam as atividades no dia 15 de fevereiro. Segundo o governo, o projeto é tratado como prioritário e deve ser votado já no primeiro dia de funcionamento do legislativo.