O ministro da Indústria, Comércio Exterior e Serviços, Marcos Pereira, disse na carta de demissão entregue ontem (3) ao presidente Michel Temer que deixou o cargo em razão de questões “pessoais e partidárias”.
Marcos Jorge de Lima, secretário-executivo da pasta, assume o comando até uma definição do Palácio do Planalto, segundo informações do ministério.
Presidente licenciado do PRB, Pereira divulgou a carta em sua página no Facebook após encontro no Palácio do Planalto com o presidente Michel Temer. Ele é o terceiro ministro a pedir demissão desde o mês passado – antes, haviam deixado o governo Antonio Imbassahy (Secretaria de Governo) e Ronaldo Nogueira (Trabalho).
“Fico lisonjeado pelo convite para continuar no cargo até 31 de dezembro, porém preciso deixar o ministério para poder me dedicar a questões pessoais e partidárias”, escreveu.
De acordo com o Blog de Valdo Cruz, Pereira pretende disputar uma cadeira na Câmara dos Deputados na eleição do ano que vem e quer preparar a campanha.
Pereira registrou na carta que ele e o PRB apoiam as reformas do governo. A legenda integra a base de apoio de Temer no Congresso Nacional, e o Planalto espera contar com os votos dos deputados da sigla para aprovar a reforma da Previdência, cuja votação está prevista para fevereiro.
“Eu e o meu partido, o PRB, apoiamos as reformas e continuaremos apoiando tudo aquilo que for bom para o País”, afirmou Pereira.
O ex-ministro escreveu que assumiu o posto no governo Temer “contra a vontade de alguns conselheiros”, em maio de 2016, e disse que, nos 20 meses de trabalho, teve mais de 1,5 mil audiências com empresários.
“Assumimos um governo falido, despedaçado, com todos os índices econômicos negativos e sem perspectiva de melhora à vista. Com coragem, enfrentamos os desafios que foram impostos e hoje podemos observar um País que encontrou seu curso novamente – apesar das dificuldades políticas vivenciadas”, afirmou.
Segundo Pereira, “o tempo e a história” reconhecerão o governo Temer como “fundamental” para a modernização do Brasil. “Popularidade não quer dizer absolutamente nada”, afirmou.






