Um homem suspeito de cometer estupro e depois matar uma moradora do Bairro da Paz, em Salvador, foi torturado e assassinado por populares na quarta-feira (1º), de acordo com o delegado Alex Gabriel Chehade, do Departamento de Homicídios e de Proteção à Pessoa (DHPP). O corpo do suspeito foi encontrado na tarde desta sexta-feira (3), em um matagal na região, aponta a polícia.
O delegado conta que os moradores armaram uma armadilha para pegar o suspeito de estupro. “Isso está relacionado a um estupro que teve lá há algum tempo. Segundo informações, moradores armaram uma arapuca e colocaram uma mulher. Aí apareceu o cara para atacar essa mulher e eles prenderam. Aí eles torturaram ele e depois mataram”, relata Alex Gabriel Chehade.
O delegado conta que o corpo do homem estava sendo procurado desde quarta-feira. A polícia irá investigar se ele foi realmente o responsável pelo estupro da moradora. “De qualquer forma, houve um homicídio e isso não justifica a ação da população. Vai ser apurado e, se constatado que ele foi autor, as investigações do estupro da moradora se encerram e será aberto um novo inquérito para apuração desse novo crime. Se por acaso foi comprovado que ele não foi o autor, seguem duas investigações”, explica.
Entenda o caso
Uma mulher de 34 anos foi achada morta com sinais de violência sexual no dia 19 de abril em um matagal na Avenida Paralela. A família da vítima tinha relatado à polícia o desaparecimento na quarta-feira (17).
“Na quarta, ela teria saído do trabalho em Lauro de Freitas [região metropolitana], por volta das 21h. Lá, teria pego um ônibus e, por volta das 22h, deveria ter chegado em casa, no Bairro da Paz, mas não apareceu. Segundo informações que apuramos, por volta desse horário ela foi abordada por um homem na passarela que dá acesso ao bairro onde morava e não foi mais vista”, explicou, à época, o delegado que investiga o caso, Alex Gabriel, do DHPP.
A polícia tem conhecimento que aquela região da avenida tem registros de estupros. “Inclusive, no Bairro da Paz, tem uma senhora com um filho de três anos fruto de uma violência sexual”, disse. Na ocasião, o delegado disse que o estupro pode ter ocorrido por conta da vítima ter reconhecido o agressor.”Pelo que já ouvimos das pessoas, ela era uma mulher religiosa, mãe de dois filhos, muito querida no bairro”, lamentou o delegado.