O Ministério Público Federal do Distrito Federal (MPF-DF) instaurou investigação preliminar para apurar se o ex-ministro do Trabalho, Carlos Lupi, cometeu improbidade administrativa ao utilizar um avião particular em viagem oficial ao Maranhão, em 2009, informou ontem o portal G1.
De acordo com o site, a investigação tem como base a denúncia feita pela Veja, de que Lupi teria utilizado avião pago pelo empresário Adair Meira, presidente da Fundação Pró-Cerrado, uma das suas organizações não-governamentais que posteriormente firmou convênio com o ministério do Trabalho. O chamado “procedimento preparatório”, etapa que antecede a abertura de inquérito, foi assinado no dia 25 de novembro, antes de Lupi deixar a pasta. Ele entregou a carta de demissão no domingo, queixando-se de perseguição da mídia.
Informações – De acordo com a Procuradoria do Distrito Federal, o objetivo do procedimento é “apurar eventual prática de improbidade administrativa” por parte do ex-ministro e de servidores do ministério. O procedimento será instruído pelo procurador Paulo Roberto Galvão. Segundo o MPF-DF, para iniciar as investigações foram solicitadas informações ao Comando Aéreo, à empresa Aerotec, ao diretório regional do PDT no Maranhão, ao deputado Weverton Rocha (PDT-MA) e ao ex-ministro Lupi.
Dez dias – A partir da notificação, todos terão um prazo de dez dias para apresentar as informações solicitadas. Também deverão ser colhidos os depoimentos dos principais envolvidos – Ezequiel de Souza Nascimento, ex-secretário de Políticas Públicas do ministério do Trabalho, e o empresário Meira que, segundo a revista, teria assumido as despesas do transporte do ex-ministro num avião particular tipo King Air.
A aeronave teria sido usada para o lançamento de um programa de qualificação profissional no estado. Foi Nascimento, então secretário de Políticas Públicas, que estava na comitiva, quem confirmou Meira entre os passageiros.
Quem pagou? – Conforme a denúncia, o deputado federal Weverton Rocha, ex-assessor de Lupi que também teria participado da viagem, disse que o aluguel do avião foi pago pelo PDT por R$ 70 mil. Segundo sua assessoria, no entanto, o deputado nunca disse quem arcou com o aluguel da aeronave e nem qual o valor que teria sido pago. Lupi, no dia 10 de novembro, na Câmara, disse que “nunca andei em jatinho de Adair, não o conheço e não tenho nenhum tipo de relação com ele”. Foi desmentido.
Fonte: Diário do Comércio