Integrantes do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST) fizeram hoje (18) uma manifestação pacífica na Rodovia Anchieta, que liga a capital paulista à Baixada Santista, interditando totalmente o sentido em direção a São Paulo, entre as 17h30 e as 18h30.
Eles queimaram dois bonecos, que, segundo os manifestantes, representavam os ministros das Cidades, Gilberto Kassab, e da Fazenda, Joaquim Levy. A integrante da coordenação do MTST Maria das Dores Cerqueira explicou que o primeiro ministério é o responsável pelo programa habitacional do governo, por isso estava representado ali. O ministro Levy foi lembrado por “distribuir muito mal o dinheiro [do país]”.
“O nosso protesto agora à tarde fechou com chave de ouro. Na nossa avaliação, foi um dia muito tenso, com muito protesto pela manhã. O protesto pra gente foi muito bom, muito positivo”, disse Maria das Dores, ao final do ato na Rodovia Anchieta.
Além de reivindicar mais habitações, o protesto também contestou o ajuste fiscal. “Isso é pra mostrar que o povo está indignado com as ações, com os ajustes que o nosso país está sofrendo e quem sofre mais é a classe trabalhadora. Neste protesto a gente também pede o recuo desses ajustes fiscais”.
Os manifestantes se concentraram no Terminal Ferrazópolis, em São Bernardo do Campo, na Grande São Paulo, e caminharam até a Anchieta. A Polícia Militar estima que 150 pessoas participaram deste último ato. O movimento calculou cerca de 200 participantes.
O protesto fez parte da série de bloqueios organizada pela Frente Nacional de Resistência Urbana, composta por dez movimentos sociais, incluindo o MTST. Nesta quarta-feira, o grupo fez 22 bloqueios de rodovias em sete estados. Cerca de 20 mil pessoas participaram das ações, segundo os organizadores do movimento.
De acordo com o coordenador do MTST, Guilherme Boulos, as manifestações de hoje tiveram três motivos principais: deixar clara a posição dos movimentos sociais contra o ajuste fiscal do governo federal; reivindicar uma reforma urbana, com novas leis de inquilinato e contra a especulação imobiliária; e o enfrentamento da direita no país.
O Ministério das Cidades informou, em nota, que a terceira fase do programa Minha Casa, Minha Vida tem previsão de lançamento até o fim de 2015. “A meta é contratar mais 3 milhões de moradias até o fim de 2018, totalizando 6,75 milhões de unidades habitacionais nas três fases do programa, atendendo a 25 milhões de pessoas”, diz o texto.
Fonte: Agência Brasil