Pesquisadores americanos encontraram diferenças nos mecanismos que causam a elevação da pressão sanguínea de acordo com o sexo e sugerem que as mulheres sejam tratadas mais cedo e de forma mais intensa. A pesquisa partiu da percepção de que, apesar de ter havido uma redução significativa na mortalidade por doenças cardiovasculares em homens nas últimas décadas, a estatística não se repetiu entre o sexo feminino.
“Este é o primeiro estudo a considerar o gênero, dentre os vários fatores que contribuem para a elevação da pressão sanguínea, como um elemento a ser levado em conta na seleção de agentes anti-hipertensivos”, conta o principal autor do estudo e professor do Centro Médico Wake Forest Baptist, Carlos Ferrario. Cem homens e mulheres a partir de 53 anos de idade, que apresentavam pressão alta, mas não tinham se submetido a nenhum tipo de tratamento participaram do estudo. Para o mesmo nível de elevação da pressão sanguínea, mulheres apresentavam até 40% mais doenças vasculares do que homens. Além disso, diferenças fisiológicas significativas no sistema cardiovascular delas, incluindo os tipos e quantidades de hormônios envolvidos no controle da pressão, contribuíam para a severidade e frequência das doenças cardíacas.
Principal causa de morte entre as mulheres americanas, as doenças do coração são quase um terço de todos os óbitos no país. No Brasil, dados de 2012 do Ministério da Saúde colocam o acidente vascular cerebral (AVC) e o infarto em primeiro lugar nas causas de mortalidade feminina – 34,2% do total.