A seca que tem assolado o Nordeste está entre as maiores dos últimos 50 anos. A longa estiagem vem provocando a diminuição da produção da agricultura familiar, assim como da pecuária, uma das principais atividades econômicas da região.
Com o propósito de minimizar os prejuízos, assim como auxiliar as famílias na convivência com a seca, a secretaria de Irrigação e Desenvolvimento Rural de Petrolina dará início à implantação de barragens subterrâneas. A primeira localidade que irá receber as obras é a comunidade de Riacho do Atalho, cerca de 70 km da sede do município.
A barragem subterrânea é construída em áreas de baixios, córregos e riachos. Sua construção é feita escavando-se uma vala até a camada impermeável do solo, a rocha. Essa vala é forrada por uma lona de plástico e depois fechada novamente. Desta forma, cria-se uma barreira que retém a água da chuva que escorre por baixo da terra, deixando a área encharcada.
Segundo o secretário de Irrigação e Desenvolvimento Rural, Otávio Carvalho, o projeto pretende instalar 40 barragens subterrâneas em Petrolina, cada uma com capacidade de guardar 170.000m³ de água, um volume necessário para irrigar dois hectares por ano. Ao lado de cada barragem serão construídos dois poços amazonas que levarão água para vinte pequenos projetos de irrigação.
“A nossa proposta é trazer novas alternativas de captação da água da chuva para atender as comunidades inseridas na área de sequeiro. As barragens subterrâneas poderão guardar a água, que poderia evaporar, no subsolo, e com isso estaremos mantendo a economia sempre forte e estaremos contribuindo para uma melhor convivência com a seca”, frisa Carvalho.
A água armazenada servirá para o cultivo de hortaliças, frutas, bem como para a produção de sucos, polpas, azeites comestíveis e vinhos. Segundo o secretário, 800 famílias serão inseridas no mercado de trabalho.
“As barragens subterrâneas serão instaladas em pontos estratégicos dos Riachos Pontal, Volta do Riacho, Tigre, Boa Vista, São Bento e seus afluentes. No total, 800 famílias serão beneficiadas”, complementa Carvalho.