Difícil analisar com total precisão, mas a 18ª colocação na Série A, dentro da zona de rebaixamento, e a segunda pior defesa da competição, com 38 gols sofridos em 27 partidas, podem ter, no Vitória, além de razões técnicas, motivações de ordem física e psicológica.
O fato é que o ‘apagão’ de anteontem, quando, em dois minutos, o Rubro-Negro cedeu o empate ao Goiás em um jogo aparentemente ganho, não é nenhuma novidade.
No Brasileirão-2014, é possível listar, ao menos, cinco ocasiões em que o Vitória saiu de campo com um resultado ruim porque em um período de não mais do que 8 minutos no segundo tempo sofreu dois gols em sequência e teve atuação muito inferior ao que produziu no restante da partida.
Foi assim que, em situação idêntica à de quarta-feira, cedeu empate ao Atlético-PR logo na 2ª rodada. Os ‘apagões’ rubro-negros também produziram derrotas como o 3 a 1 para o Cruzeiro, o 3 a 1 para o Santos e o 2 a 0 para o Atlético-MG.
“Na própria preleção do jogo contra o Goiás, o técnico Ney Franco havia nos dito que não podemos viver o Campeonato Brasileiro jogando um tempo só. E foi o que aconteceu no jogo de quarta-feira, 8. Infelizmente, após fazermos 2 a 0 num belo primeiro tempo, sofremos o empate por duas bobagens. Foi uma desatenção da equipe que, na fase que estamos passando, não pode mais se repetir. Esses vacilos estão sendo fundamentais para que a gente permaneça na zona de rebaixamento”, comentou o atacante Vinícius.
Ninguém, no entanto, admite questões de ordem motivacional ou psicológica para o problema. Contestado sobre o empate de quarta, Rycharlyson, capitão da equipe, bradou: “Não houve apagão. Eles tiveram duas oportunidades e fizeram os gols. É Complicado! É triste! Nossa equipe dominou o jogo e o trabalho estava sendo bem feito. O futebol é ingrato”.
Ney Franco, por sua vez, analisou outro fator que pode estar acarretando na perda repentina de rendimento. “O condicionamento físico está cada vez pesando mais no comportamento do time. Para este jogo de domingo, teremos que analisar muito a parte física antes de montarmos o time titular. Vamos olhar atleta por atleta para que possamos montar uma equipe bem forte, principalmente em termos de marcação, diante do Sport”.
Mea-culpa de Vinícius e irritação de Richarlyson à parte, o comandante rubro-negro já começa a juntar os cacos do time. Na Toca do Leão, a palavra de ordem é a redenção em Recife. “Não podemos desaminar no meio deste processo. Na noite passada, dormiu todo mundo frustrado. Mas já tivemos um dia para remoer a dor pelos pontos perdidos. Agora, é remontar a equipe para ter condições de recuperar esses pontos vencendo o Sport”, disse Ney Franco.
Vinícius emendou: “A sabedoria popular diz que temos que aprender com os erros. A torcida pode passar uma borracha nesses resultados dolorosos. Já nós, jogadores, temos que aprender a lição. Somos homens para assumir essa responsabilidade de tirar o Vitória da zona. Tenho certeza de que, domingo, conseguiremos um grande resultado”.
Edno
O que a partida de quarta trouxe de bom foi a bela atuação de Edno, autor de dois gols. A situação criou uma dúvida no treinador. O dono da camisa 9, Dinei, se recuperou de contusão e tem condições de jogo. Ney Franco, porém, ainda não sabe quem escalar.
O treino desta tarde no Barradão é que deve definir o time que encara o Sport.
Fonte: Portal A Tarde