A advogada de defesa de Lindemberg Alves desistiu de ouvir a mãe de Eloá Pimentel no segundo dia de julgamento do caso, que ocorre em Santo André (Grande SP). Ana Cristina Pimentel chegou a entrar no plenário e encarou o réu.
A defesa, porém, recuou e disse que não a queria mais como testemunha, dando início a uma discussão. A advogada Ana Lúcia Assad chegou a ameaçar deixar o plenário. Ao fim, a promotoria aceitou, e a testemunha foi dispensada. Ainda não se sabe se o irmão mais novo de Eloá também será dispensado.
Em entrevista aos jornalistas, Ana Cristina disse que se sentia humilhada por ter sido dispensada.
O julgamento de Lindemberg, que em outubro de 2008 manteve sua ex-namorada Eloá, de 15 anos, como refém por cerca de cem horas, foi reiniciado na manhã de hoje no Fórum de Santo André, no ABC Paulista.
Ontem, a juíza Milena Dias, que conduz o julgamento, havia aceitado o pedido da defesa e autorizou a inclusão da mãe e do irmão mais novo da jovem como testemunhas. Nos bastidores, afirma-se que o pedido da defesa seria uma estratégia para retirar a mãe de Eloá do plenário, evitando que ela comovesse os jurados.
Com as alterações, Ana Cristina Pimentel, mãe de Eloá, seria ouvida no lugar do perito Nelson Gonçalves. O irmão mais novo da vítima, Everton Douglas, que também era amigo de Lindemberg, deve ser ouvido no lugar da jornalista Ana Paula Neves.
Os jornalistas Sonia Abrão, Roberto Cabrini e Gotino, e o perito Ricardo Molina foram dispensados e não vão testemunhar. O júri, que foi sorteado momentos antes de início do julgamento ontem, é formado por seis homens e uma mulher.
Hoje já foram ouvidas duas testemunhas. Uma delas foi o irmão mais velho de Eloá, Ronickson Pimentel, que se emocionou durante o depoimento. Ele chegou a afirmar que Lindemberg é “um mostro”, mas sua família o tratava “como um filho”.
Depois de Ronickson, começaram a ser ouvidas as dez testemunhas convocadas pela defesa. A previsão é que o julgamento dure até quarta ou quinta-feira.
Após os depoimentos das testemunhas, o réu será interrogado –Lindemberg, que até agora se recusou a falar, poderá permanecer calado, mas sua advogada já adiantou que ele vai falar sobre o caso e “expor sua versão”. Depois dessa etapa, os debates são abertos, com uma hora e meia para a acusação e uma hora e meia para a defesa, além da réplica e da tréplica.