No 7º dia, advogados citam Lula, e defensor pede nulidade da ação

Defesa de Costa Neto afirmou que o dinheiro foi fruto de ‘acordo eleitoral’. Defensor-geral da União disse que houve erro no processo do mensalão.

No sétimo dia do julgamento do mensalão no Supremo Tribunal Federal (STF), três advogados de réus do processo citaram o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva durante as sustentações orais. Lula foi mencionado pela defesa dos acusados ligados ao extinto PL – Valdemar Costa Neto, Jacinto Lamas e Antônio Lamas.

A ausência de Lula entre os réus do processo foi destacada por dois defensores. Foi a primeira vez que isso aconteceu no julgamento do mensalão, que teve início na última quinta-feira (2). O Supremo já ouviu 25 advogados dos 38 réus da ação penal.

O nome de Lula havia sido citado pela defesa de José Dirceu, que destacou que o ex-presidente foi testemunha da ação penal. Na leitura do relatório do processo, o ministro Joaquim Barbosa também disse que Lula foi testemunha. Barbosa lembrou o fato de que a defesa de Roberto Jefferson questionou a ausência do ex-presidente no rol de denunciados. O advogado de Roberto Jefferson falará nesta segunda (13) e deve voltar a abordar o assunto.

Nulidade

O encerramento da primeira semana dedicada às defesas dos acusados também foi marcada pela tentativa do defensor público-geral da União, Haman Tabosa de Moraes e Córdova, de anular o processo contra Carlos Alberto Quaglia, um dos réus ligados ao núcleo do Partido Progressista (PP). Alegando insuficiência de recursos, o argentino foi representado pela Defensoria Pública no julgamento.

Quaglia é acusado pelo Ministério Público de ter disponibilizado sua empresa, a corretora Natimar, para a Bônus Banval lavar e repassar parte dos recursos do valerioduto para o PP. A defesa do empresário argentino reclama que ele teria sido prejudicado na instrução do processo por uma “falha” do Supremo.

Em 2008, afirma a Defensoria, Quaglia teria informado a Suprema Corte sobre a substituição de seu primeiro advogado, que o assessorava desde o inquérito policial. Segundo o defensor público, apesar de o acusado ter anexado a procuração de seu novo defensor aos autos, o tribunal passou três anos e três meses intimando o antigo advogado para os interrogatórios. “Não foi um erro do relator do processo. Foi um erro do tribunal”, disparou Córdova.

A suposta falha só teria sido corrigida em 2010, após a conclusão da fase de instrução do processo. Com base no eventual prejuízo processual, Córdova requereu que todos os depoimentos envolvendo o empresário argentino e a ala do PP sejam refeitos.

O pedido preliminar de nulidade apresentado pelo defensor público-geral abriu um debate entre os magistrados no plenário. Os ministros Ricardo Lewandowski, Cezar Peluso e Celso de Mello quiseram saber como havia se dado a troca de advogados e os motivos de o novo defensor não ter sido comunicado dos depoimentos.

A possível aceitação do argumento poderia gerar a nulidade do processo contra Quaglia e influenciar outros cinco réus que, segundo a Procuradoria, pertencem ao mesmo núcleo: Pedro Herny, Pedro Corrêa, João Cláudio Genú, Enivaldo Quadrado e Breno Fischberg. Os ministros do Supremo ainda terão de decidir, pelo voto, se aceitam ou não o pedido de nulidade durante o voto do relator.

Citações a Lula

Para corroborar a tese de que o dinheiro foi fruto de acordo político, o advogado Marcelo Luiz Ávila de Bessa citou na sustentação oral uma reunião da qual Lula teria participado para discutir o compartilhamento de recursos entre PT e PL.

“Daí a tal reunião no apartamento do deputado Paulo Rocha, que participou mas não do acordo. Estava Lula, o vice Alencar, representantes do PT, Valdemar e Delúbio. Foi discutido como uma forma de realizar a campanha, como motivação única e exclusivamente, como causa, a coligação entre PT e PL, com o partilhamento do caixa de campanha.”

No púlpito do Supremo, o advogado de Jacinto Lamas, Délio Lins e Silva Júnior, disse que Lula também argumentou que não sabia do esquema e não integra o rol de réus. Avaliou que seu cliente deveria ter o mesmo tratamento.

“Não estou aqui dizendo que [Lula] deveria figurar nesta ação. Acredito que ele não sabia. É a ausência de critério do Ministério Público. Se entre as quatro paredes do Planalto era feita a tratativa, quem seria o maior beneficiário do esquema? Seria o chefe do governo, o presidente Lula. Existe uma pessoa que disse que Lula sabia de tudo, e foi Roberto Jefferson. É tão fácil acreditar em Lula e é tão difícil acreditar em Lamas, um mero subalterno, quando ele diz que não sabia?”, disse.

O advogado Délio Lins e Silva, que defendeu Antônio Lamas, irmão do ex-tesoureiro, também usou o mesmo argumento.

“Era para ser a denúncia do Ali Babá e os 40 ladrões. Na medida que eu vejo 100 pessoas com a mesma conduta que não foram denunciadas e o Antônio Lamas foi, eu me questiono, qual foi o critério para ele ser denunciado? Foi o sobrenome? […] Por que o senhor Luiz Inácio Lula da Silva não foi denunciado? […] E eu só trouxe isso porque, nesse país, o pau só quebra nas costas do pequeno. O cacete só rola nas costas do humilde”, disse.

Na segunda (13), o advogado de Jefferson pretende sustentar diante dos 11 ministros do STF que, mesmo que Lula não tivesse conhecimento sobre o suposto pagamento de propina a parlamentares em troca de apoio político no Congresso, ele deveria ter sido responsabilizado criminalmente pela existência do mensalão.

“Vou chamar o procurador-geral da República para a briga. Lula não poderia ter ficado de fora (da denúncia da PGR), mas ele tem vários zagueiros eficientes””, afirmou Barbosa em entrevista ao G1 no final de julho.

Além da defesa de Jefferson, também farão sustentações orais nesta segunda os advogados de Bispo Rodrigues, Emerson Palmieri, Romeu Queiroz e José Borba.

Veja abaixo um resumo do que disseram os advogados dos cinco réus desta sexta.

Breno Fischberg

O advogado Guilherme Alfredo de Moraes, que defende Breno Fischberg, afirmou que o processo não demonstrou a culpabilidade de seu cliente no suposto esquema. Para o defensor, o MP deveria ter pedido a absolvição de Fischberg ao verificar que não havia elementos para condenar seu cliente.

“O MP não é órgão condenador. É órgão seguidor de leis, fiscalizador. “A [sua] missão constitucional, procurador-geral da República, ao perceber que os vínculos que ligariam Breno [com o mensalão] caíam por terra, precisaria [a Procuradoria] se encontrar com um pedido de absolvição.”

O advogado disse que seu cliente teve a vida “aniquilada” para tentar provar que não tinha relação com o suposto esquema.

Carlos Quaglia

O defensor público-geral da União, Haman Córdova, disse que seu cliente teve os “braços e pernas amarrados” porque a defesa não foi intimada para participar da fase de interrogatórios por mais de três anos.

“De janeiro de 2008 a abril de 2011 houve essa falha processual. Ele não pode acompanhar nenhum depoimento daqueles que o envolveram nesta ação penal. […] Eu entendo que há nulidade absoluta. Requeremos o deferimento da nulidade, com a consequente marcha ré no processo para que seja recolocado no trilho o processo a partir de seu interrogatório em juízo”, afirmou o defensor.

Quaglia é o único réu do processo do mensalão sem advogado e para o qual foi designado um defensor público da União. Defensor público é aquele que presta assistência jurídica para pessoas que não podem pagar um advogado particular. De acordo com o defensor, o réu não tinha recursos financeiros. Segundo ele, a renda de Quaglia é de um quarto de salário mínimo e ele teria pedido benefício de assistência social se não fosse de nacionalidade argentina.

Valdemar Costa Neto

O advogado Marcelo Luiz Ávila de Bessa, que defende o deputado federal Valdemar Costa Neto (PR-SP), confirmou que o cliente recebeu dinheiro do PT, mas disse que os recursos foram repassados ao presidente do extinto PL (atual PR) e não ao parlamentar. Segundo o defensor, não houve compra de votos, mas sim um “acordo eleitoral”.

Para o advogado Marcelo Bessa, o “acordo” entre PT e PL foi para viabilizar a campanha presidencial de 2002, na qual José Alencar, então no PL e morto em março de 2011, era o candidato a vice na chapa na chapa de Luiz Inácio Lula da Silva.

“Houve um acordo político. Mas no caso especifico, houve um acordo de Valdemar, não por ser deputado, e não porque seria deputado, mas sim porque era presidente de partido, para viabilizar na campanha presidencial a candidatura de José de Alencar como vice. […] Foi um acordo eleitoral”, afirmou o advogado, que citou uma entrevista dada por Alencar que confirmava o acordo para a campanha presidencial.

Jacinto Lamas

O advogado Délio Lins e Silva disse que o ex-tesoureiro do PL Jacinto Lamas é um “zero à esquerda” e que quem mandava no PP era o então presidente do partido, Valdemar Costa Neto.

O advogado disse que o cliente fez o saque por ordem de Valdemar Costa Neto. [Jacinto] não tinha consciência da ilicitude dos saques a mando de Valdemar Costa Neto.”

“Quem mandava e desmandava, como manda e desmanda até hoje, era Valdemar Costa Neto, mandava desde a compra de uma caneta ou café, até as reuniões políticas e as votações de A ou B. Jacinto era um zero à esquerda em termos políticos”, completou o advogado. O defensor pediu para que sejam separados “mensaleiros e mensageiros”.

Antônio Lamas

O advogado Délio Fortes de Lins e Silva, que representa o irmão do ex-tesoureiro do PL Antônio Lamas, questionou se houve “abuso” do Ministério Público Federal ao denunciar seu cliente. O advogado chamou a denúncia, apresentada pelo procurador-geral anterior, Antonio Fernando de Souza, de “guisado”.

“Esse guisado, ele veio temperado com uma dose de exagero, uma colher de abuso e uma pitada muito forte de irresponsabilidade muito forte da representação anterior do Ministério Público”, afirmou o advogado.

Segundo o defensor, seu cliente não recolheu habitualmente valores para o deputado Valdemar Costa Neto, então presidente do PL, como descreve a denúncia. Isso porque, de acordo com o advogado, ele foi uma única vez ao banco Rural, a mando de Costa Neto. “Teria havido abuso do Ministério Público? Eu pergunto: teria havido exagero?”

Leave a Comment

Your email address will not be published.

Política Relevantes

CPI do INSS prevê novas prisões após detenção de ex-presidente Stefanutto

post-image

O presidente da CPI do INSS, Carlos Viana (Podemos-MG), afirmou ontem que novas pessoas podem ser presas pelo esquema de desvios em aposentadorias, após a prisão do ex-presidente da entidade Alessandro Stefanutto pela Polícia Federal nesta manhã.

 “Isso é só o começo. Tem muita gente que ainda vai ser presa. Tem muita estrutura pública que vai cair. Tem muita verdade que vai aparecer”, disse no X (antigo Twitter).

Viana também afirmou que há interessados em fazer delação premiada sobre a fraude. “Há outras pessoas dispostas a fazer delação, inclusive a esta CPMI”, afirmou a jornalistas, quando questionado sobre um possível acordo de colaboração do empresário Maurício Camisotti, apontado como um dos principais articuladores do esquema, com a Polícia Federal.

Stefanutto é investigado por suspeita de ter permitido os desvios sob sua gestão. Ele assumiu o INSS em julho de 2023, no governo…

Read More
Política Relevantes

PF prende Alessandro Stefanutto, ex-presidente do INSS

post-image

A Polícia Federal (PF) prendeu, na manhã desta quinta-feira (13), o ex-presidente do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) Alessandro Stefanutto. A prisão se deu em nova fase da Operação Sem Desconto, deflagrada em conjunto com a Controladoria-Geral da União (CGU).

Stefanutto foi exonerado do cargo em abril, logo após a Operação Sem Desconto revelar as fraudes contra aposentados e pensionistas.

A operação investiga um esquema nacional de descontos associativos não autorizados em aposentadorias e pensões do INSS.

Policiais federais e auditores da CGU cumprem 63 mandados de busca e apreensão, 10 mandados de prisão preventiva e outras medidas cautelares diversas da prisão em 15 unidades da federação.

Os mandados estão sendo cumpridos nos estados do Espírito Santo, Goiás, Maranhão, Minas Gerais, Paraíba, Paraná, Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Norte,…

Read More
Política Relevantes Revista

Cúpula dos Povos traz perspectiva social e ambiental à COP30

post-image

Movimentos sociais, redes e organizações populares de todo o mundo ser reúnem nesta quarta-feira (12), às margens do Rio Guamá, em Belém (PA), para a abertura da Cúpula dos Povos.  Em uma agenda que se estende até o dia 16 de novembro, o encontro deve reunir, na Universidade Federal do Pará, milhares de pessoas com o objetivo de trazer perspectivas sociais e ambientais em encontros paralelos à 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP30).

Ainda de manhã, embarcações navegarão pelas águas do Rio Guamá até a Baía do Guajará em verdadeiro arrastão de vozes populares por justiça climática, em um encontro de mulheres, jovens, ribeirinhos, pescadores, indígenas, quilombolas, agricultores familiares e toda a diversidade dos povos mundiais que se juntarão ao movimento. A Barqueata da Cúpula será o primeiro ato político de uma extensa programação que se estende até…

Read More
Política Relevantes

Deputado Roberto Carlos propõe Programa Habitacional para policiais civis e militares da Bahia

post-image

O deputado estadual Roberto Carlos (PV), vice-líder do Governo, apresentou, na Assembleia Legislativa da Bahia, uma Indicação ao governador Jerônimo Rodrigues solicitando a implantação de um Programa Habitacional voltado aos integrantes das Polícias Civil e Militar do Estado.


A iniciativa busca garantir moradia digna e segura aos profissionais de segurança pública, reconhecendo o papel essencial que desempenham na proteção da população baiana.


De acordo com o parlamentar, muitos desses servidores vivem em áreas que não oferecem a segurança necessária às suas famílias, o que aumenta sua exposição a riscos e dificulta o pleno exercício de suas funções. “Quem protege a Bahia merece viver com dignidade. É dever do Estado oferecer condições seguras para aqueles que arriscam a própria vida em defesa da sociedade”, afirmou Roberto Carlos.

O deputado destacou ainda que o programa contribuirá…

Read More
Política Relevantes

COP30 começa nesta segunda; saiba o que está em jogo e o que esperar da conferência sobre a crise do clima

post-image

A 30ª Conferência do Clima da ONU (COP30) começa nesta segunda-feira (10) em Belém (PA), a primeira realizada na Amazônia. Serão duas semanas decisivas para a ação global contra as mudanças climáticas.

Cerca de 50 mil pessoas — entre diplomatas, líderes, ativistas, cientistas e empresários — participam do encontro. A Cúpula de Líderes, que terminou na sexta (7), já indicou o tom político das negociações:

Agora, as atenções se voltam para as mesas de negociação, onde esses compromissos terão de sair do discurso e se transformar em planos concretos, com metas, prazos e recursos definidos. Mas o que é de fato a COP, qual a sua importância e o que será realmente…

Read More
Política Relevantes

Emergência climática é uma crise da desigualdade, diz Lula na COP30

post-image

“Uma transição justa precisa contribuir para reduzir as assimetrias entre o Norte e o Sul Global, forjadas sobre séculos de emissões. A emergência climática é uma crise de desigualdade. Ela expõe e exacerba o que já é inaceitável. Ela aprofunda a lógica perversa que define quem é digno de viver e quem deve morrer. Mudar pela escolha nos dá a chance de um futuro que…

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva defendeu nesta segunda-feira (10) que a governança global precisa contribuir a favor de uma transição justa para economias de baixo carbono que evite um colapso climático planetário. A declaração foi dada na abertura da 30ª Conferência das Partes (COP30) da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (UNFCCC, na sigla em inglês), realizada em Belém. O evento prossegue até o próximo dia 21.

“Uma transição justa precisa contribuir para reduzir as assimetrias entre o Norte e o Sul Global, forjadas sobre séculos de emissões. A emergência climática é uma crise de desigualdade. Ela expõe e exacerba o que já é inaceitável. Ela aprofunda a lógica perversa que define quem é digno de viver e quem deve morrer. Mudar pela escolha nos dá a chance de um futuro que…

Read More
Sem Categoria

Gestão de Juazeiro inicia requalificação do Memorial da Bossa Nova, antiga casa de João Gilberto

post-image

Em Juazeiro, a memória da música brasileira ganha novos contornos. A Prefeitura, por meio da Secretaria de Cultura, Turismo e Esportes/Seculte, iniciou a revitalização do Memorial Casa da Bossa Nova, espaço de homenagem localizado na residência de infância de João Gilberto, juazeirense conhecido como “pai da Bossa Nova”.

O projeto inclui a reconstrução do memorial, com o apoio da museóloga especializada Gilzia Dias Brito. O objetivo é proporcionar ao público uma experiência mais completa sobre a vida e a obra do músico.

Três salas da casa serão usadas: duas para exposições com fotos, informações e trajetória, e uma para exibição de vídeos, shows e materiais de pesquisa, além de outras novidades. Para isso, estão sendo criados dois projetos: o museográfico, que organiza o espaço, as exposições e o fluxo de visitantes, e o museológico, que define missão, visão,…

Read More
Política Relevantes

Ação contra o Comando Vermelho na Bahia prende 35; 1 pessoa foi morta

post-image

Ao menos 35 pessoas suspeitas de envolvimento com o crime organizado na Bahia foram detidas na manhã desta terça-feira (4), durante uma operação da Polícia Civil contra a facção criminosa Comando Vermelho (CV) no estado.

Realizada com o objetivo de desarticular o núcleo armado e financeiro da facção na Bahia, a Operação Freedom contou com o apoio da Polícia Militar baiana, da Polícia Civil do Ceará e da Polícia Federal (PF).

Além de Salvador e Eusébio, há mandados judiciais sendo cumpridos em Ilhéus e Aratuípe, na Bahia. A Justiça também autorizou o bloqueio de 51 contas bancárias ligadas aos investigados.

Segundo a Secretaria da Segurança Pública da Bahia, um homem foi morto ao reagir à ação policial. O homem, cujo nome não foi divulgado, não constava entre os alvos dos mais de 90 mandados…

Read More