Começou ontem (27) o XXI Congresso Brasileiro de Hepatologia, que este ano é realizado em Salvador. Organizado pela Sociedade Brasileira de Hepatologia (SBH), o Congresso traz entre seus destaques o resultado de uma pesquisa inédita sobre o conhecimento, prevenção, detecção e tratamentos da Hepatite C.
A pesquisa foi realizada em mais de 11 capitais brasileiras, por meio de abordagem pessoal e aplicação de questionários, respondidos por 1.137 pessoas de ambos os sexos, com idades a partir dos 18 anos. O resultado aponta que 51% das pessoas entrevistadas não sabem o que é Hepatite C e que embora 52% dos entrevistados manifestem preocupação em contrair a doença, 84% nunca fizeram o teste para detectá-la, o que pode ser feito com um simples exame de sangue.
Segundo a Organização Mundial de Saúde No mundo inteiro (OMS), 170 milhões de pessoas têm o vírus da Hepatite C, quase seis vezes mais que o número de infectados pelo vírus da Aids. No Brasil, a estimativa é de que 1,5 milhão de pessoas tenham a doença, mas muitas não sabem e também desconhecem como ela pode ser contraída.
O XXI Congresso Brasileiro de Hepatologia vai até o dia 1° de outubro, juntamente com a 1ª Semana Sul Americana de Fígado. Entre os palestrantes, participam do evento pesquisadores internacionais como Christian Trepo (da França) e Harry Janssen (da Holanda).
HEPATITE C
A hepatite C é uma inflamação do fígado causada pelo Vírus da Hepatite C (HCV). Transfusões de sangue, a injeção compartilhada de drogas e os acidentes profissionais são os principais meios para o contagio.
Portanto, podemos nos contaminar com o vírus da Hepatite C ao termos o sangue, as mucosas ou a pele não íntegra atingida pelo sangue ou por secreção corporal de alguém portador do HCV.
A transmissão sexual do HCV não é freqüente e a transmissão da mãe para o feto é rara (cerca de 5%). Não são conhecidos casos de transmissão de hepatite C pelo leite materno. Apesar das formas conhecidas de transmissão, 20 a 30% dos casos ocorrem sem que se possa demonstrar a via de contaminação.
A prevenção da doença é feita pelo controle de qualidade dos bancos de sangue; pelo não compartilhamento de seringas e agulhas para injeção de drogas; profissionais da área da saúde devem utilizar medidas de proteção contra acidentes com sangue e secreções de pacientes, através do uso de luvas, máscara e de óculos de proteção. O uso de preservativo nas relações sexuais com parceiro fixo não é indicado para prevenção da transmissão da hepatite C.