
Cada casal tem um jeito, uma história, um estilo. Mas tem uma coisa que todos querem igual. Que o dia do casamento seja perfeito.
O casal Jadson e a Eva se viu pela primeira vez em um casamento, na Bahia. Catorze anos depois, chegou a vez de os dois subirem no altar.
Fantástico: É um sonho para você?
Eva Araújo Ribeiro, babá: É um sonho, eu sempre quis, sempre.
Só que o sonho esbarrou na realidade.
“Logo que eu comecei a pesquisar eu vi que tudo é muito caro. Tudo”, conta Eva.
Salão e bufê: mais de R$ 22 mil. Foto e vídeo: R$ 14 mil. Renda do casal: R$ 5,5 mil. A conta não estava fechando.
Fantástico: Vocês estavam negociando por conta?
Eva: Por conta.
Fantástico: Você tinha conseguido algum desconto?
Eva: Não.
*Como funciona
Desconto é uma missão para “personal pechincha”. A Cris negocia com os fornecedores. E só lucra se a pechincha funcionar. Aí, ela recebe dos noivos metade da economia. Senão, fica no zero a zero. O pacote de foto e vídeo já despencou de R$ 14 mil para R$ 7 mil, só na lábia da Cris.
“Eu não tenho envolvimento emocional, e o que leva muito os noivos a fecharem um mal negócio é a empolgação”, explica a ‘personal pechincha’ Cristiane Colucci Vieira.
Até agora, o sonho do Jadson e da Eva está custando mais de R$ 30 mil.
“Se eu fosse fazer sem a ajuda da personal, eu acho que ia lá para os R$ 60 mil, R$ 70 mil”, diz Eva.
Uma pesquisa inédita mostra que, no ano passado, os noivos paulistas desembolsaram mais de R$ 3 bilhões. Só com festa.
“Não entram aí os gastos feitos por cabeleireiro, vestido de noiva, roupa de noiva, maquiagem, todos esses gastos que acabam encarecendo o casamento”, diz o economista Altamiro José de Carvalho.
Na classe C, o custo médio da recepção é de R$ 21,7 mil. Na classe B, R$ 71 mil. E a classe A gasta mais de R$ 100 mil.
*Dicas da ‘personal pechincha’
A personal pechincha dá as dicas:
– Não vai resolver casar em cima da hora! Precisa de pelo menos um ano de antecedência, para buscar mais orçamentos.
– Não demonstre muito entusiasmo na hora de negociar.
– Já pensou em casar em um dia menos disputado? Sexta e sábado custam mais, menos chance de desconto.
– Melhor não levar uma comitiva de parentes para palpitar no bufê, na música. Eles podem te deixar confuso.
– E perder o foco é fácil.
O mercado de casamentos é assim, cheio de tentações, um desafio para os noivos mais emotivos. O Fantástico preparou uma mesa, com a ajuda da Camila, que é organizadora de uma feira de casamentos.
*Um “sim” para cada “não”
A meta da Aline era um casamento de tirar o fôlego de tão lindo. A do
Diego, não perder o fôlego com tanto gasto.
Diego Boesso Nogueira, analista de sistemas: Quando a gente estava negociando o bufê, eu fiquei negociando, tentando puxar o valor para baixo. Ela até saiu da sala.
Aline Codina Polezzi, dentista: Falei, não. Está pechinchando demais.
Mas para cada “não”, sempre tinha um “sim”. “Não” para banda.
“Com o dinheiro da banda eu tenho DJ, eu posso ter o adesivo da pista de dança”, diz Aline.
“Não” para forminha de tecido para os doces. “. E cada forminha era R$ 1. Aí você fala: ‘oi, R$ 1? R$ 1 mil só de forminha?’”, diz Aline.
E assim, a conta fecha. E chega o dia que o casal planeja há 730 dias.
Fonte: Fantástico/Portal G1






