Ex-ministro das Comunicações Paulo Bernardo
Em meio aos desdobramentos da Operação Lava Jato, a presidente Dilma Rousseff decidiu suspender a nomeação do ex-ministro das Comunicações Paulo Bernardo para a direção-geral brasileira de Itaipu Binacional, usina hidrelétrica mantida com o Paraguai. A escolha de Bernardo para o cargo, cuja remuneração supera os R$ 30 mil, era dada como certa por auxiliares palacianos semanas atrás. Nesta semana, o juiz federal Sérgio Moro, que conduz as ações da Lava Jato na primeira instância, enviou ao Supremo Tribunal Federal documentos com indícios de repasses ilícitos de um escritório de advocacia para a senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR), ex-ministra da Casa Civil no primeiro mandato da presidente. Gleisi e Paulo Bernardo são casados. A senadora é alvo de investigação da Lava Jato na Procuradoria-Geral da República porque, segundo delatores, teria recebido R$ 1 milhão para a campanha ao Senado de 2010. A investigação cita também o marido de Gleisi como beneficiário de valores sob suspeita de serem oriundos do esquema de corrupção na Petrobrás. O casal nega irregularidades nas contas da campanha de Gleisi ao Senado, em 2010, assim como o recebimento de dinheiro vindo do esquema do doleiro Alberto Youssef. A escolha de Paulo Bernardo, que foi deputado federal pelo PT paranaense, para a direção-geral de Itaipu não foi intermediada pelo vice-presidente Michel Temer nem pelo ministro-chefe da Secretaria de Aviação Civil, Eliseu Padilha, ambos do PMDB. A dupla vinha cuidando da articulação política do governo e nesta semana deixou o “varejo” da negociação de cargos com partidos aliados.
Estadão