A região nordeste parece não ter sido priorizada pelo governo Jair Bolsonaro, principalmente quando o assunto é Bolsa Família. Em janeiro, apenas 3% das novas concessões do benefício foram destinadas ao nordeste, enquanto sul e sudeste receberam 75%.
Os dados foram obtidos pelo Estadão/Broadcast por meio do Ministério da Cidadania ao Congresso e apontam, ainda, que Santa Catarina, que tem população oito vezes menos do que todo o nordeste e é governada por Carlos Moisés (PSL), recebeu o dobro do repasse dos nordestinos.
Outra disparidade existe quando se fala em necessidade e urgência. A região nordeste concentra 36,% das famílias brasileiras em situação de pobreza extrema na fila de espera do programa. Na série histórica do Bolsa Família é possível notar que houve um pico de novas concessões em janeiro que se refletiu em todas as regiões, exceto o nordeste.
Em janeiro deste ano, o governo de Jair Bolsonaro incluiu novas famílias na lista de beneficiados. Foram 100 mil contempladas – 45,7 mil delas no Sudeste, 29,3 mil no Sul, 15 mil no Centro-Oeste e 6,6 mil no Norte. O Nordeste recebeu 3.035 novos benefícios e manteve a menor média de meses anteriores.
Por meio de nota, o Ministério da Cidadania afirmou que o processo de concessão de benefícios é “impessoal e realizado por meio de sistema automatizado que obedece ao teto das verbas orçamentárias destinadas ao programa”. O órgão não explicou o porquê da disparidade das concessões entre as regiões, mas afirmou que mais 185 mil famílias em todo o país passarão a receber o benefício em março.
BNews