O novo ministro das Cidades, Aguinaldo Ribeiro (PP), afirmou que sua tarefa agora será resolver “alguns entraves” da pasta e evitou falar de mudanças em cargos do ministério.
Ele falou com os jornalistas após reunião com a presidente Dilma Rousseff, na tarde desta quinta-feira (2). Ribeiro vai substituir Mário Negromonte, que deixou a pasta após suspeitas de irregularidades. Sua posse está agendada para a tarde da próxima segunda-feira (6).
“Vamos ter este fim de semana para nos inteiramos de todas essas questões com maior profundidade e apresentarmos o que a presidente quer, que é exatamente resultado efetivo dessas ações do Ministério das Cidades”, afirmou Ribeiro.
Ele citou ainda a necessidade de superar “entraves” e “dinamizar” a relação com a Caixa Econômica Federal, que está na linha de frente do programa Minha Casa, Minha Vida.
O novo ministro disse não temer fogo amigo dentro do próprio partido. A falta de apoio político foi um dos motivos que levaram à queda de Negromonte.
“O que nos motivou sempre com as mudanças na Câmara foi a melhoria e fortalecimento do partido. Nós sempre buscamos a unidade todo o tempo. E acredito que foi isso também que possibilitou que nós tenhamos agora esse caminho da unidade por alcançar num futuro muito próximo”, disse.
Questionado sobre o passado de seu avô, acusado em livros oficiais de mandar matar líderes camponeses na Paraíba, o novo ministro foi sucinto. “Eu nasci em 1969”, limitou-se a dizer.
O avô de Ribeiro, o ex-deputado Aguinaldo Veloso Borges, é apontado como mandante do assassinato de João Pedro Teixeira, fundado da Liga Camponesa de Sapé (PB), em 1962. O avô do ministro também é associado à morte da líder Margarida Maria Alves, em 1985.
Ribeiro é aliado do antecessor de Negromonte na pasta, o ex-ministro Márcio Fortes, atualmente no comando da APO (Autoridade Pública Olímpica). Contra a sua indicação pesava o fato de respoder a um processo que apura crimes previstos na lei de licitações.