Vivemos dias melhores, isso sem dúvida pode ser notado, se comparado a todo o período histórico brasileiro. Mas o Brasil deu certo?
No campo econômico, é sem entrar no mérito da questão, a melhor resposta para quaisquer indagações, é depende! Depende dos fatores intrínsecos de cada ser, dos pontos de vista, do arcabouço pessoal de cada um.
Afirmar categoricamente que o Brasil deu certo, passado mais de 500 anos de descobrimento, é atirar contra o próprio pé, tendo em vista que houve avanços, em todos os campos, mas ainda precisamos caminhar na trilha incansável de uma sociedade mais equinâme.
No ultimo século, a taxa media de crescimento Brasileiro, foi ao redor de 5%, bem superior ao verificado com o mundo [3%] no mesmo período, entretanto, se considerarmos desenvolvimento econômico, não houve avanços no período, postergando o vislumbrar de dias de vanguarda.
Na década de 80, convivíamos com inflação galopante de dois dígitos, com estagnação econômica e cenário politico conturbado. No inicio da década seguinte, a inflação passar a gozar de quatro dígitos, e há piora no desempenho do PIB. Com a introdução do plano real, que mesmo com as intempéries e alguns sacrifícios necessários do ponto de vista econômico, trouxe de volta a estabilidade da moeda, intercaladas com períodos de crescimento econômico vigoroso e noutros baixo crescimento e ameaças inflacionárias.
Para os céticos há indícios de retorno das mazelas econômicas já vividas (década perdida), todavia, vale ressaltar que mesmo com os últimos desdobramentos da politica econômica em vigor neste país, a qual de mostra frágil e incapaz de galopar o PIB brasileiro vive-se dias diferentes, com inflação com um digito mesmo ser crescimento vigoroso, capaz de retirar o país da condição de subdesenvolvido nas próximas décadas (crescimento em torno de 5%a.a).
Deslumbramos de cenários mais fortuitos com estabilidade politica e melhora, embora ainda “capenga”, dos indicadores sociais, todavia os municípios ainda se mostram incapazes de se resolverem, seja por recursos insuficientes, incapacidade administrativa ou esses e outros fatores atrelados a uma visão míope de politica de desenvolvimento.
O sistema educacional, ainda é um dos mais injustos do mundo, onde se conseguiu praticamente universalizar o acesso à educação básica, fundamental e média, entretanto, não se universalizou a qualidade do ensino, e neste modelo de segregação imposta por ineficiência administrativa, o pobre e o negro ainda são os alvos mais atingidos.
Grande maioria dos municípios ainda convive com condições subumanas de desenvolvimento, e a disparidade entre as regiões brasileira, ainda e bastante sinuosa e heterogênea. O pobre seja ele urbano ou rural vive amiúde, e os interesses do capital sobrepõe de maneira estratosférica ao bem comum. Essas e outras tantas ambiguidades fortalece, que o Brasil pode até ter dado certo, mas a que custo? Custo social que essas e outras gerações serão penalizadas por falta de planejamento politico e econômico, e a disparidade entre rincões de pobreza e conglomerados de progresso envergonham aqueles que sonham (utopia ou não) com dias mais justos.
POR Leonardo Cordeiro