Ao contrário dos dois pronunciamentos anteriores, desta vez Dilma Rousseff não teve novidades a anunciar: em janeiro, foi a redução da tarifa de energia; em abril, a desoneração da cesta básica. Agora, a presidente anunciou novo projeto que ainda depende de aprovação pelo Congresso determinando que os recursos dos royalties sejam integralmente aplicados em educação e reiterou apoio a projetos educacionais.
Se comparado com o pronunciamento feito no Dia do Trabalho do ano passado, desta vez, apenas alguns recados para a oposição, enquanto em 2012 foi a largada da briga com os bancos privados pela redução da taxa de juros – a Selic na época estava em 9% ao ano e lá para cá, caiu ainda mais até chegar a 7,25%. agora, voltou a subir e está em 7,5%.
Para entrar no tema educação, Dilma falou da proposta de aplicar os recursos obtidos com o petróleo na educação – coisa que seu potencial adversário, Eduardo Campos (PSB) fez esta semana, ao sancionar lei com o mesmo propósito. Mas Dilma não deixou de passar pela economia e resp0nder a outro adversário, Aécio Neves, ao falar que seu governo enfrenta sistematicamente a inflação.
Ainda que mais fraco do que pronunciamentos anteriores, ou sem novidades a anunciar, Dilma Rousseff está em vantagem para este público. Ela falou do crescimento do número de carteiras assinadas ao longo dos últimos anos e destacou que em seus dois anos de governo foi de 3,9 milhões de novas vagas e lembrou que o Brasil é o país onde houve a maior queda do desemprego, mesmo neste período de crise. No pronunciamente, Dilma citou os números que se tornaram bordão dos governos petistas, como a ascensão de 40 milhões de brasileiros à classe média e afirmou que 36 milhões sairam da miséria.
Resumo: Dilma não foi aos atos de comemoração do Dia do Trabalho, mas lembrou às centrais sindicais e aos trabalhadores que nunca o salário mínimo subiu tanto e nem o desemprego esteve com taxa tão baixa. Há muito tempo o tema inflação não fazia parte dos discursos nestas comemorações. Portanto, se as coisas vão piorar daqui em diante, essa conta vai ficar para o ano que vem.
por Cristiana Lôbo