Após o terremoto que atingiu Katmandu, no Nepal no último sábado (25), turistas brasileiros que estão no local vivem o drama de não saberem quando vão poder retornar para o Brasil, mas ao mesmo tempo estão aliviados por terem sobrevivido ao tremor de magnitude 7,8. Uma mineira de Uberlândia, Adriana Faina, está entre esses turistas e fez um vídeo minutos após o ocorrido, que emocionou a família. Veja acima o vídeo cedido pela irmã da brasileira, Alessandra Faina.
Adriana tem 37 anos e embarcou do aeroporto de Guarulhos em São Paulo no dia 14 deste mês com destino ao Nepal com mais 19 pessoas. Eles fazem parte de um grupo de trekking. E foi com a intenção de praticar o esporte que a viagem foi marcada há mais de um ano.
No vídeo, ela conta onde está e fala de medo. “Foi a pior sensação da minha vida. A gente achou que ia cair tudo”. Em seguida, ela chora e começa a falar da família, diz que está com saudade da mãe, fala das irmãs, dos sobrinhos, marido, dos cachorros e finaliza dizendo novamente que está com saudade de todos. “Eu chorei muito. Me emocionei profundamente. Me deu desespero de ver o terror que ela vivia no momento da gravação do vídeo. Fiquei com muita pena, mesmo sabendo que ela estava bem eu me emocionei muito. É nítido o desespero no tom de voz dela”, contou a irmã ao G1.
O primeiro destino e a base onde o grupo se hospedou pela primeira vez no país foi Katmandu, a cidade mais atingida pelos tremores, segundo o governo nepalês. “Antes de sair de Katmandu para caminhar até a base da Annapurna, que é o nome da montanha, minha irmã, junto com esse grupo, visitou vários locais turísticos na cidade. Em seguida eles seguiram o trajeto, marcado para durar nove dias”, explicou Alessandra.
O tremor ocorreu no segundo dia de retorno da caminhada. Todas as pessoas do grupo de brasileiros e Adriana estavam dentro de uma pousada quando teve início o terremoto de 7,8 graus na escala Richter. “Ela me disse que o guia começou a gritar informando que era um terremoto e que era para todos saírem de dentro da pousada. Tudo tremeu, os vidros, as janelas. Foi terrível, segundo ela. Minha irmã se assustou muito. Mas não chegou a quebrar nada. Ela saiu do lado de fora e viu pedras rolando montanha abaixo”, acrescentou a irmã.
depois do tremor (Foto: Adriana Faina/Divulgação)
Alessandra também contou que soube do ocorrido através da própria irmã que mandou mensagem por um aplicativo de celular. (Veja ao lado a mensagem enviada de Adriana para Alessandra)
“O terremoto ocorreu em um horário que aqui para nós Brasil era 3h da madrugada. Então eu estava dormindo. Quando acordei no dia seguinte, às 6h, bem cedo já me deparei com a mensagem dela contando o que havia acontecido. Então, digamos que foi mais tranquilo, pois não soube por outro meio e sim por ela própria. Pelo menos ela estava bem e estava viva, o mais importante”, comentou.
A passagem de retorno da mineira para o Brasil, segundo a irmã, está marcada para o dia 1º de maio, mas ainda não foi confirmada a possibilidade de embarcar de volta. “Ainda não se sabe de nada. O que ela me conta é que aguarda posição das autoridades”, disse Alessandra.
Até esta segunda-feira (27), a informação é de que Adriana está na cidade de Pokhara, aguardando novas instruções do Ministério das Relações Exteriores. “Nessa cidade tem estrutura para os turistas, tem alimento, tem água, está tudo normal por lá. Tirando as incertezas quanto ao retorno ao Brasil está tudo bem”, finalizou a irmã de Adriana.
O G1 fez contato com a mineira na manhã desta segunda-feira (27), contudo, ela disse que estava com pouca bateria no celular e que quando retornasse para o hotel faria novamente contato com a reportagem.
Número de mortos passa para 3 mil
O número de mortos após o terremoto que atingiu o Nepal no sábado (25) passou de 3,8 mil nesta segunda-feira (27), segundo balanço das autoridades locais, informaram o jornal “The New York Times” e a “CNN”.
Agências e governos internacionais corriam para enviar equipes de busca e resgate, médicos e remédios ao país. Dezenas de milhares de pessoas ficaram sem comida, água ou abrigo.
O terremoto de magnitude 7,8, o mais violento dos últimos 80 anos no país, provocou vários tremores secundários e diversos deslizamentos no monte Everest, onde 18 pessoas morreram no início da temporada de alpinismo.
As agências humanitárias ainda têm dificuldades para avaliar o alcance da devastação e as necessidades da população. Também morreram 67 pessoas na Índia em decorrência do terremoto.
Quase um milhão de crianças precisam de ajuda urgente, segundo o Fundo para Crianças das Nações Unidas (Unicef). Equipes enviadas por Índia, Paquistão, Estados Unidos, China e Israel estão no Nepal para ajudar, disseram as Nações Unidas, escavando toneladas de escombros em busca de milhares de pessoas ainda desaparecidas.
Fonte: Portal G1