Joseph Blatter, presidente da Fifa, começa o ano com um recado muito claro ao Brasil: nunca uma preparação para um Mundial sofreu tantos atrasos como no caso do País desde que ele trabalha na entidade. O suíço assumiu suas funções na entidade em 1975 e, em 1998, passou a ocupar a presidência.
Em uma entrevista publicada neste fim de semana no jornal suíço 24 Heures, o cartola insiste que o Brasil finalmente se deu conta do desafio de estar com tudo preparado para o Mundial. Mas alerta que isso ocorreu de forma tarde. “O Brasil acaba de tomar consciência do que é (a Copa). Eles começaram tarde demais”, disse. “É o País mais atrasado desde que eu estou na Fifa e, portanto, foi o único que tinha tanto tempo – sete anos – para se preparar”, disse Blatter.
A entrega dos estádios foi repetidamente adiada, com dúvidas sobre os testes em vários deles. Os aeroportos não estarão prontos e muitas das obras de infra-estrutura ficarão prontas apenas depois da Copa. Isso sem contar com os atrasos no Itaquerão por conta do acidente que matou dois operários.
O suíço também admite que a Fifa prevê novas manifestações nas ruas brasileiras durante a Copa do Mundo. Mas ele acredita que o “futebol estará protegido”. “Nós sabemos: teremos novas manifestações e protestos”, disse. “Os últimos, na Copa das Confederações, nasceram nas redes sociais. Não tinham objetivo, reivindicações reais. Mas durante a Copa, elas serão mais concretas, mais estruturadas. Mas o futebol será protegido. Não acredito que os brasileiros atacarão o futebol diretamente. No país deles (o Brasil), o futebol é uma religião”, completou.