Com o prazo cada vez mais apertado para votar a reforma da Previdência, o governo iniciou uma ofensiva junto aos parlamentares da base contrários à proposta, incluiu os presidentes dos partidos na negociação, além dos líderes, e cobrou mais atitude dos ministros do bloco de apoio. No jantar de domingo, na casa do presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), o governo mudou sua estratégia e acenou até mesmo com promessas de apoio nas eleições de 2018 para convencer os deputados a votarem a favor das mudanças na aposentadoria. Lembrou que quem votar pela aprovação poderá ser beneficiado em coligações e na distribuição de tempo de TV e de recursos para suas bases, além do fundo eleitoral.
As cinco legendas reúnem 206 deputados. Como se trata de uma emenda à Constituição, são necessários 308 votos. Temer se reunirá com líderes dos partidos amanhã para avaliar com mais clareza o potencial de votos. O governo avalia que, obtendo o aval da Câmara, a aprovação no Senado estaria garantida e poderia ocorrer rapidamente.
Nesta segunda-feira, Rodrigo Maia afirmou que a possibilidade de votação do texto ainda este mês é “realista”. Segundo ele, o grupo de líderes com quem se reuniu no domingo calcula ter entre 325 e 330 deputados a favor da reforma.
— Vai dar uns 330 (deputados a favor da reforma). Alguns foram excluídos da nossa conta, porque estão com posição contrária. Então, a gente tem, dentro dos partidos que apoiam a reforma, a princípio, 325 votos. E tem mais 45, 50 deputados, de outros partidos, que não estão na oposição, mas também não estão na base (do governo).
Questionado sobre seu otimismo com as chances de votação, o presidente da Câmara disse que, até o último sábado, estava pessimista, mas mudou para um sentimento realista após a reunião com aliados:
— Eu espero que sim (que a reforma seja votada na semana que vem), estou realista. Não dá ainda para ser otimista, mas no sábado eu estava pessimista. Com as reuniões de domingo, estou realista, acho que temos um caminho.


