A semana termina com uma novidade incômoda para a presidenta Dilma Rousseff. O condomínio partidário que dá suporte legislativo ao governo entrou em ebulição na Câmara. Deu-se na noite de quarta-feira (19). Num encontro que teve a participação de dois generais do PMDB —o presidente da Câmara Henrique Eduardo Alves e o líder da bancada Eduardo Cunha— representantes de nove partidos, oito dos quais governistas, decidiram reunir suas tropas num mesmo bloco. Juntos, compõem uma infantaria de cerca de 290 votos num colégio de 513. Os integrantes do bloco autoproclamaram-se “independentes”. Significa dizer que condicionarão os votos em plenário aos seus próprios interesses eleitorais, não às conveniências do Planalto.
O blog conversou com Henrique Alves na noite passada. Ele disse ter comparecido à reunião como “convidado”. Mas endossou a iniciativa. “Todo movimento que busca a afirmação dos partidos por meio da atuação na Câmara conta com o meu apoio. A presidenta Dilma faz o melhor para se reeleger. É lícito que os deputados queiram fazer o melhor para se reeleger também”. O encontro ocorreu no apartamento funcional do deputado Luiz Fernando Faria (PP-MG). Terminou perto da 1h, já na madrugada de quinta (20). Além do PMDB, estavam representados os pseudogovernistas PP, PR, Pros, PDT, PTB, PSD e PSC. Lá estava também o deputado paranaense Fernando Franscischini, líder do recém-fundado Solidariedade, hoje alinhado à candidatura presidencial do tucano Aécio Neves.