A OMS (Organização Mundial da Saúde) anunciou neste domingo (30) que 9,3 milhões de pessoas a mais terão direito a receber medicamentos antirretrovirais contra o HIV, com o objetivo de evitar os 3 milhões de mortes relacionadas com o vírus da aids até 2025.
Calcula-se que 26 milhões de pessoas que vivem com o HIV em países com pouca renda cumprem com os critérios das novas diretrizes da OMS para receber a terapia antirretroviral (TAR). Nas recomendações da agência em 2010, esse número era de apenas 16,7 milhões.
A aplicação de novas diretrizes da OMS poderá prevenir até 3 milhões de mortes relacionadas com a aids e 3,5 milhões de novas infecções pelo HIV entre 2013 e 2025.
Para conseguir esses objetivos, o investimento financeiro anual total para a luta contra o HIV deverá ser aumentado de forma considerável, explica Gundo Weiler, coordenador do departamento HIV/Aids da OMS.
— Os cálculos para 2011 mostram que uma resposta eficaz ao HIV — segundo as recomendações de 2010 —, nos países de baixas ou médias rendas, custaria entre 22 e 24 bilhões de dólares por ano até 2015. Agora calcula-se que essa cifra anual deverá incrementar-se em 10% se aplicadas plenamente novas recomendações.
O que representa mais de 2 bilhões ao ano, acrescentou Weiler.
Baseado em um enfoque de saúde pública que visa a ampliar aina mais o uso de medicamentos antirretrovirais para o tratamento e prevenção do HIV, as novas diretrizes da OMS respondem aos novos dados científicos e às práticas surgidas depois de 2010, que recomendavam em particular tratar os pacientes de um modo mais precoce para frear o quanto antes o desenvolvimento do vírus no sangue.
Agora, a OMS recomenda começar com os antirretrovirais em todas as pessoas que vivem com o HIV e cuja contagem de linfócitos CD4 seja menor ou igual a 500 células/mm3 de sangue contra 350 células/mm3 de antes. Este novo nível permitirá proteger um maior número de pessoas, já que o número de glóbulos brancos, os linfócitos, é mais alto no começo da doença.
Por outro lado, a agência afirma que agora as grávidas ou lactantes também podem ser tratadas. Além disso, as crianças menores de 5 anos devem começar o tratamento o quanto antes possível, seja qual for a contagem de CD4 ou sua etapa clínica.
Na opinião do chefe da ONUAids, Michel Sidibé, as novas recomendações vão permitir à comunidade internacional “estar mais perto do final da epidemia de Aids”.
O diretor do departamento da HIV/Aids da OMS, Gottfried Hirnschall, disse que “estas novas recomendações visam ao futuro, são mais otimistas”.
Em 2012, 9,7 milhões de pessoas estavam recebendo terapia antirretroviral em países de baixa ou média renda, frente aos 300.000 em 2002.
Em 2012, o aumento do acesso ao tratamento continuou e, ao final do ano, havia 1,6 milhão de beneficiários mais que 2011, o maior aumento anual já registrado, e principalmente na região africana.
A comunidade internacional deverá, no entanto, redobrar seus esforços para garantir que todas as pessoas que tenham direito a um tratamento possam recebê-lo, sem mencionar que alguns pacientes sequer sabem que estão infectados.
No momento, a OMS fixou como objetivo mundial 15 milhões de pessoas recebendo tratamento até 2015. Segundo estimativas da OMS e da ONUAids, no final de 2011, 34 milhões de pessoas viviam com HIV no mundo.(R7 NOTÍCIAS)