Para a Organização das Nações Unidas (ONU), as medidas de quarentena, distanciamento e isolamento social, consideradas essenciais para conter a disseminação da covid-19, infecção causada pelo novo coronavírus, podem ocasionar o agravamento da violência doméstica. Segundo o órgão, a combinação de tensões econômicas e sociais, bem como restrições ao movimento, podem acirrar as tensões dentro de casa, resultando no aumento do número de casos.
Diante disso, a Secretaria de Desenvolvimento Social, Mulher e Diversidade (SEDES) de Juazeiro, no norte da Bahia, reforça a importância da denúncia destes casos e ressalta a permanência das atividades referentes à proteção das mulheres no município. De acordo com a diretora de Mulheres no município, Quitéria Lima, desde o início da quarentena, as notificações de casos de violência contra a mulher diminuíram, no entanto, os de denúncia através do 180 aumentaram.
“As mulheres estão convivendo muito mais tempo com o provável agressor. No último fim de semana, por exemplo, ocorreu um feminicídio em Juazeiro e sabemos que a tendência é aumentar. Nossa preocupação é com a saúde dessa mulher, por isso reforçamos a importância da denúncia”, afirma Quitéria.
Na atual conjuntura, alguns serviços essenciais estão mantidos. Um deles é o de atendimento à mulher em situação de violência. Vítimas, familiares e quaisquer pessoas que presenciem ou estejam cientes destes casos podem denunciar através dos canais de atendimento. Quem precisar fazer uma denúncia pode ligar para a Central de Atendimento através do 180 ou para Polícia Militar, no 190, a qualquer momento.
Além destes, podem entrar em contato com os órgãos de proteção presentes no município, como a Delegacia da Mulher (DEAM), das 8h às 17h; o Centro Integrado de Atendimento à Mulher (Ciam) e a própria SEDES, das 8h às 14h, de segunda a sexta-feira. Embora alguns atendimentos presenciais estejam limitados, como medida de prevenção ao contágio da covid-19, a Vara da Justiça pela Paz em Casa, por exemplo, está oferecendo serviços de teleatendimento.
Os demais órgãos de proteção no município também continuam funcionando, como a Pastoral da Mulher, que atende mulheres em situação de prostituição em vulnerabilidade social. Os trabalhos da Ronda Maria da Penha, para garantia das medidas restritivas em favor das vítimas, se mantêm em funcionamento e podem ser contactados em caso de quebra dessas meninas pelo agressor.
Lista de contatos para denúncia:
DEAM: 3613-8310
Vara da Justiça pela Paz em Casa: 3614-7142
SEDES: 3612-3050
CIAM: 3614-2028
Ronda Maria da Penha: 3614-2856
Central de Atendimento à Mulher: 180
Polícia Militar: 190
Polícia Civil: 197
Ascom Sedes