O ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), Armando Monteiro, informou nesta terça-feira, 25, que o Brasil perdeu US$ 12 bilhões de receitas no fluxo comercial por causa da queda de preços internacionais dos produtos exportados. O prejuízo segundo ele, foi contabilizado de janeiro a julho, na comparação com o mesmo período de 2014.
Ao comentar que os problemas na economia chinesa trazem preocupação, Monteiro ressaltou que já vinha sentindo efeitos do enfraquecimento daquele país. “O Brasil já sente um pouco os efeitos dessa desaceleração, porque a queda de preços de commodities que estamos experimentando há alguns anos já é reflexo desse processo”, disse. “Já estamos sendo afetados. Se houver agravamento dessa situação, evidente que teremos um efeito maior”.
Segundo o ministro, a baixa participação do setor exportador no Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro acaba sendo um fator de proteção ao País. “O Brasil tem um lado que nos ajuda nessa hora. É que a parcela que nós exportamos do PIB é relativamente pequena. O Brasil ainda é um País fechado”, afirmou, respondendo que, às vezes, as fraquezas são as fortalezas do Brasil. “Se nós tivéssemos uma dependência maior do comércio internacional nessa hora, estaríamos mais vulneráveis”, explicou.
Para o ministro, as forças estabilizadoras da economia global já estão atuando para reverter o quadro negativo. Ele acredita que o ciclo de elevação de juros nos Estados Unidos será adiado.
Abertura. Monteiro defendeu uma revisão nas tarifas de importação de insumos. Segundo ele, altas taxas cobradas nas compras desse tipo acabam comprometendo as exportações.
O ministro explicou que, no Brasil, alguns insumos contam com maior proteção que os produtos finais, o que vai na contramão da tendência mundial. “Os insumos ficam caros e comprometem a competitividade das exportações dos bens finais. Vamos ter que rever essa estrutura”, afirmou. “Essa estrutura de proteção tarifária que se montou no Brasil nos aponta a necessidade de fazer ajustes importantes se quisermos ter condição de prover insumos a custos compatíveis com a realidade internacional”.
Ao falar sobre as dificuldades da economia brasileira, Monteiro defendeu que os problemas não estão apenas fora das empresas, nas externalidades, no custo sistêmico. Para ele, é preciso avançar em temas como programas de capacitação, renovação de equipamentos e melhoria de processos. “Isso não significa que vamos deixar de valorizar aspectos ligados aos custos sistêmicos. Temos uma agenda multidirecional com desafios em várias áreas”, ponderou.
Fonte: MSN Notícias