Uma estrutura do palco onde o cantor sertanejo Ênio Knak Júnior, de 28 anos, morreu ao receber uma descarga elétrica na madrugada de domingo (19) estava energizado com uma carga de 220 volts. Foi essa a conclusão da perícia realizada nesta terça-feira (21) pela polícia no Clube Gaúcho, em Santo Ângelo, onde o cantor se apresentava ao lado do irmão Marcel.
Engenheiros elétricos do In stituto-Geral de Perícias (IGP) analisaram durante cerca de uma hora e meia o local, que estava lacrado desde o acidente. O trabalho foi acompanhado por representantes da delegacia de Polícia Civil que investiga o caso e por diretores do clube.
De acordo com os peritos, uma estrutura metálica que sustenta os holofotes no palco estava energizada. O cantor teria recebido a descarga elétrica ao apoiar a mão nessa estrutura e encostar outra parte do corpo em outra estrutura metálica da escada que fica ao lado do palco. Com a força do choque, ele foi arremessado em cima de uma caixa de som.
A estrutura de som e luz é de propriedade da própria banda e foi instalada pela equipe de apoio da dupla. “Constatei que, entre esta parte descascada e algumas partes descascadas aqui da estrutura treliçada, há 220 volts de diferença de potencial, de tensão. Mas isso não basta. É preciso verificar se passa corrente elétrica. Pra isso eu fiz um teste prático com uma lâmpada de 60 watts. Eu coloquei uma lâmpada e ela acendeu. Isso é o suficiente pra dizer que este local oferece condições de levar uma pessoa ao óbito”, explica o perito, Flávio Kurkowski.
Agora, a polícia vai começar a ouvir testemunhas, entre eles os integrantes da banda que se apresentava no palco. “Nós temos a causa da morte, nós temos como foram criadas as condições para levar ao óbito a vítima e agora vamos montar a dinâmica, de que forma isso aconteceu”, diz o delegado Rogério Junges, responsável pelo caso. A investigação será concluída em até 30 dias. O clube só vai se pronunciar depois de concluído o inquérito.
O corpo Ênio Knak Júnior, que ao lado do irmão formava a dupla Júnior e Marcel, foi enterrado na manhã de segunda-feira (20), em Santa Cruz do Sul, cidade natal do artista, no Vale do Rio Pardo. Pouco antes do enterro, cerca de 500 pessoas participaram da Missa de Corpo Presente, celebrada em uma capela no município. A morte do cantor causou comoção na região, principalmente entre fãs, amigos e familiares.
Apadrinhada pelo cantor Frank Aguiar, a dupla Júnior e Marcel fez shows nacionais e até mesmo fora do país, além de apresentações nas corridas de Fórmula-Truck. Além da dupla sertaneja, Júnior e Marcel frequentemente se apresentavam com a banda Ghermânia, da qual foram integrantes por aproximadamente 10 anos. O grupo, bastante famoso na região, é coordenado pelo pai dos jovens, o ex-músico Ênio Knak, de 54 anos.