Falando a dezenas de participantes da Conferência Internacional pela Paz e ao lado do imã Ahmad al-Tayyib, o papa disse que, “como religiosos, é nosso dever desmascarar a violência que se disfarça de suposta sacralidade”.
“Somos obrigados a denunciar as violações contra a dignidade humana e os direitos humanos, a levar luz às tentativas de justificar qualquer forma de ódio em nome da religião e a condená-la como falsificação idolátrica de Deus”, afirmou Jorge Mario Bergoglio. “Somente a paz é santa, e nenhuma violação pode ser perpetrada em nome de Deus, porque profanaria seu nome”, garantiu.
Ao lado do imã islâmico, o líder católico também demonstrou união no combate ao terrorismo.
“Repetimos um forte e claro ‘não’ a qualquer forma de violência, vingança ou ódio cometida em nome da religião ou em nome de Deus. Juntos, afirmamos a incompatibilidade entre violência e fé, entre acreditar e odiar. Juntos, declaramos a sacralidade de toda vida humana contra qualquer forma de violação física, social, educativa ou psicológica”, disse.
Em seu discurso, Francisco também criticou o populismo demagógico, ressaltando que ele “que não ajuda a consolidar a paz e a estabilidade”.
Já o imã sunita disse que o “Islã não é uma religião de terrorismo, como nem o cristianismo nem o judaísmo são”.
Promovendo a paz
A visita do papa à Universidade Al-Azhar, o mais prestigioso centro acadêmico do mundo sunita, era um dos compromissos de maior expectativa em torno da viagem de Francisco ao Egito. O Papa aterrissou no Cairo por volta das 9h02 (horário de Brasília) nesta sexta-feira, em sua primeira viagem internacional em 2017, com o declarado objetivo de promover a paz entre as religiões e tentar apaziguar o clima de guerra e perseguição religiosa no país.
“Essa será uma viagem de união, de fraternidade”, disse o líder católico aos jornalistas que o acompanharam no voo de Roma à capital egípcia, confessando nutrir “uma expectativa especial para essa visita”, já que parte de um convite de todas as lideranças do Egito, desde o presidente Abdel Fattah al-Sisi, até o Papa Tawadros II, da Igreja Ortodoxa de Alexandria, e pelo próprio imã sunita.







