O deputado estadual Luciano Simões (PMDB) propôs nesta quarta-feira (26), na última sessão do ano da Assembleia Legislativa da Bahia, a concessão de título de cidadão baiano para o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Joaquim Barbosa, que foi o relator do processo do mensalão na Corte. No entanto, o líder da maioria, Zé Neto (PT), não concordou com a iniciativa do peemedebista.
Para a aprovação da matéria, era necessário que os líderes de governo e oposição assinassem um requerimento para a dispensa de formalidades. “Já tínhamos aprovado vários títulos. Isso foi proposto no final da sessão, achei que era mais para fazer fita e quis evitar polêmica”, disse Zé Neto ao Bahia Notícias.
De acordo com o petista, diante da proposta de Simões, o deputado Álvaro Gomes (PCdoB) quis estender o mesmo tratamento ao revisor do mensalão, Ricardo Lewandowski, que se posicionou quase sempre de forma contrária a Barbosa durante o julgamento. Correligionário de Simões, Geddel Vieira Lima chamou a atenção para o fato em seu Twitter: “Na Assembleia da Bahia, o PT baiano aprova vários títulos de cidadão baiano e recusa apoio ao titulo do ministro Joaquim Barbosa”.
O líder da bancada do PT, Yulo Oiticica, negou que o partido tenha agido em retaliação ao presidente do STF. “O ministro Joaquim Barbosa, negro, foi nomeado pelo presidente Lula, do PT: coisa que nunca aconteceu com os partidos da elite branca”, pontuou.
Zé Neto foi autor do projeto que concedeu o título de cidadão baiano ao jornalista Paulo Henrique Amorim, apoiador do governo Lula. Entre as personalidades que já receberam a honraria, estão também o governador do Paraná, Beto Richa (PSDB), o ex-técnico do Bahia, Paulo Roberto Falcão, e a cantora Claudia Leitte. Informações do BN