Os comitês estadual e municipal do PCdoB em Salvador emitiram uma nota conjunta para denunciar a truculência com que a Guarda Municipal da capital tratou duas militantes do partido, durante a madrugada deste domingo (09/10), no Rio Vermelho. Ângela Guimarães e Kadine Barbara chegaram a ser detidas, sob alegação de desacato à autoridade, depois que questionaram a ação dos guardas.
Os dirigentes comunistas entendem se tratar de uma perseguição política e garantem tomar providências jurídicas e políticas. Detalhes do episódio são relatados na nota:
PERSEGUIÇÃO POLÍTICA DA GUARDA MUNICIPAL – Duas militantes do PCdoB presas na madrugada de domingo
Durante a ditadura militar, os jovens que se rebelavam eram alvo predileto da repressão. Centenas deles foram mortos e torturados. Na Bahia, os Magalhães, das famílias que mais se enriqueceram no País prestando favores aos generais, eram implacáveis na perseguição aos adversários.
Com o golpe de estado contra a presidenta, verifica-se uma escalada de ataques às liberdades e aos direitos sociais em plano nacional. Sedes do PT, do PCdoB, da UNE e da CUT foram atacadas em várias capitais do País. Dirigentes de partidos de esquerda são alvo seletivo da Polícia Federal e do Judiciário.
Neste ambiente de caça às bruxas, a Prefeitura de Salvador se sente à vontade para impor os tradicionais métodos, já usados no passado, de promover a violência contra jovens, negros, ambulantes e militantes de esquerda.
Na madrugada deste domingo (09/10), prepostos da Guarda Municipal que reprimiam ambulantes no Rio Vermelho foram fotografados por uma militante da UJS (União da Juventude Socialista). Inconformados, os guardas tentaram invadir a sede da entidade, onde havia uma confraternização de aniversário. Lá, tentaram tomar à base da intimidação a carteira de identidade da jovem que fizera a foto.
A presidenta nacional da União dos Negros pela Igualdade e integrante do Comitê Central do PCdoB, Ângela Guimarães, e a servidora pública Kadine Barbara, da União Brasileira de Mulheres (UBM), presentes no local, questionaram a ação, alegando que qualquer cidadão tem o direito de registrar atos de truculência perpetrados por agentes públicos. A reação dos guardas foi de prender as duas militantes, conduzindo-as para a Central de Flagrantes do Iguatemi. Elas só foram liberadas a partir da intervenção da advogada comunista Aline Moreira.
Cabe lembrar que é a segunda vez que a Guarda Municipal invade a sede da UJS em menos de 30 dias e que, no último debate da campanha eleitoral, capangas e policiais contratados por ACM Neto espancaram dezenas de jovens e mulheres que acompanhavam do lado de fora da TV Bahia, na Federação.
Tudo indica que a Guarda Municipal está sendo aparelhada e preparada ideologicamente para reprimir e agredir os movimentos sociais, se transformando em Guarda pessoal do prefeito, especializada na perseguição e repressão políticas – uma antiga tradição do carlismo.
Vale ressaltar, ainda, o aspecto racista presente no episódio, na medida em que ambas as companheiras são negras. Nunca é demais lembrar que a polícia sempre tem o negro ou negra como potencial suspeito.
O PCdoB vai tomar todas as medidas jurídicas e políticas em relação a esse atentado à democracia. Se o prefeito quer, pelo fato de ter sido reeleito, usar o poder público para intimidar e destruir os adversários, não conseguirá.
Seguiremos firmes na luta pela democracia e contra a repressão política.
Comitê Municipal e Estadual do PCdoB


