O PDT aprovou em convenção nacional ontem, (20), por aclamação e sem votos contrários, a escolha de Ciro Gomes (CE) como candidato à Presidência da República.
A oficialização da candidatura foi realizada na sede nacional da sigla, em Brasília, no primeiro dia do período para realização das convenções partidárias, conforme o calendário do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
Ex-ministro da Fazenda e ex-governador do Ceará, Ciro vai disputar o Palácio do Planalto pela quarta vez. Embora não tenha chegado ao segundo turno nas últimas três tentativas (1998, 2002 e 2018), registrou o melhor desempenho no último pleito, com pouco mais de 13,3 milhões de votos.
Com 8% das intenções em 2022, de acordo com o último levantamento do instituto Datafolha, e atrás de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Jair Bolsonaro (PL), o pedetista quer fazer das eleições um “plebiscito de ideias”. Para isso, ele se apresenta como uma alternativa à polarização e “contra esse sistema”.
A campanha de Ciro adotou o lema “vote em um e se livre dos dois”, em referência a Lula e a Bolsonaro. Segundo o agora candidato, os nomes do PT e do PL representam um “vazio de ideias”.
O desejo de tentar furar os primeiros colocados pode ser conferida também na estratégia publicitária, que carrega a assinatura “Prefiro Ciro” e está estampada por toda a sede nacional do PDT, em Brasília.
Trajetória política
Advogado e professor universitário, Ciro nasceu em uma família com tradição política no Ceará. Além do PDT, passou por outros seis partidos – PDS, PMDB, PSDB, PPS, PSB e PROS.
Por pressão do pai, então prefeito de Sobral (CE), foi eleito e reeleito, em 1982 e 1986, para mandato de deputado estadual no Ceará pelo extinto PDS. Foi líder do governo Tasso Jereissati na assembleia estadual cearense. A convite do então governador, decidiu disputar a Prefeitura de Fortaleza em 1988 pelo MDB. Foi eleito com pouco mais de 179 mil votos, 30,55%.
Ficou somente 15 meses como prefeito. Deixou a prefeitura para disputar, mais uma vez a convite de Tasso, o governo do Ceará em 1990. Desta vez pelo recém-criado PSDB. Tornou-se o primeiro governador eleito pelo partido. Ciro alcançou 1,2 milhões de votos (54,31% dos votos válidos).
A poucos meses do término do mandato de governador, em setembro de 1994, deixou a chefia do Executivo estadual para assumir o Ministério da Fazenda do então presidente Itamar Franco. A passagem durou quatro meses.
Em entrevistas, Ciro afirmou ter recusado convites para disputar a Prefeitura de Fortaleza em 1996. Ele só voltou às urnas em 1998, quando concorreu, pela primeira vez, à Presidência pelo PPS. Ficou em terceiro lugar, com 10,9% dos votos. Na segunda tentativa, em 2002, repetiu a candidatura pelo PPS. Com 11,9% dos votos, ficou em quarto lugar.
Sem mandato, Ciro foi convidado pelo presidente eleito em 2022, Luiz Inácio Lula da Silva, para assumir o Ministério da Integração Nacional. Ele deixou o cargo em 2006 para disputar uma vaga na Câmara dos Deputados pelo PSB. Foi eleito com o segundo maior número de votos naquele ano.
Em 2010, decidiu não disputar as eleições. Apoiou a então candidata Dilma Rousseff (PT) na corrida ao Planalto. Voltou à política somente em 2013, quando a convite do irmão, Cid Gomes, passou a chefiar a Secretaria de Saúde do Ceará.
Após passagem pela Companhia Siderúrgica Nacional (CSN), em 2018, decidiu, mais uma vez, disputar a Presidência em 2018, agora filiado ao PDT. Conseguiu o melhor desempenho eleitoral, ficando em terceiro com 12,47% dos votos.
G1