As mulheres foram o destaque das eleições de 2022, em Pernambuco. O estado contará, pela primeira vez, com uma senadora e terá um segundo turno inédito entre duas candidatas. Houve, ainda, a escolha do maior número de deputadas federais. A bancada feminina terá três representantes, um recorde na história.
Com o fim da apuração dos votos, ainda na noite do domingo (2), os mais de 7 milhões de eleitores do estado souberam que tinham participado de uma eleição histórica.
Marília Arraes (Solidariedade) e Raquel Lyra (PSDB) lideraram o primeiro turno e vão para a definição do pleito para o governo.
Marília Arraes teve 23,97% dos votos válidos e Raquel Lyra ficou com 20,58%. Até hoje, nenhuma mulher chegou a ocupar o governo do estado, sendo eleita como cabeça de chapa.
A atual vice-governadora Luciana Santos (PCdoB) se elegeu, em 2018, na chapa liderada por Paulo Câmara (PSB).
No Senado Federal, a partir de 2023, Pernambuco terá a primeira mulher a ocupar uma das três vagas destinadas ao estado.
Deputada estadual por várias legislaturas, Teresa leitão (PT) teve mais de 2 milhões de votos ou 46,1%. Ela vai substituir, no Congresso, o senador Fernando Bezerra Coelho (MDB), eleito em 2014, quando era do PSB.
Na Câmara Federal, três mulheres foram eleitas no domingo (2). Clarissa Tércio (PP) ficou em segundo lugar, com 240 mil votos.
Maria Arraes, irmã de Marília Arraes (Solidariedade), ficou em 11º, de um total de 25 cadeiras, com 104 mil votos. Iza Arruda (MDB) foi a 12ª colocada, com 103 mil votos.
Até então, elegia uma deputada federal a cada pleito. Uma tradição iniciada em 1982, quando Cristina Tavares (MDB) conquistou uma vaga na Câmara, em Brasília.
Quatro anos depois, Cristina Tavares se reelegeu, mantendo a tradição de uma mulher na bancada pernambucana.
Em 1990, no entanto, nem mesmo Cristina conseguiu a vaga. Pernambuco ficou sem mulheres no parlamento federal. Isso se repetiu nas eleições seguintes de 1994, 1998 e 2002.
Em 2006, foi retomada a ‘tradição” de uma vaga para mulheres na bancada pernambucana em Brasília.
A eleita foi Ana Arraes, atualmente ministra do Tribunal de Contas da União (TCU) e mãe do ex-governador Eduardo Campos (PSB) e filha do ex-governador Miguel Arraes.
Ana Arraes é tia de Marília Arraes, que disputa o segundo turno e pode ser a primeira mulher a governar Pernambuco.
Ana Arraes se reelegeu quatro anos depois, mas se manteve com a única representante feminina na bancada pernambucana na Câmara dos Deputados.
Em 2014, ela foi “substituída” por Luciana Santos, que depois seria eleita vice-governadora.
Na eleição de 2018, Marília Arraes ficou com a segunda colocação na lista de deputados federais por Pernambuco. Ela teve mais de 193 mil votos.
Alepe
A bancada feminina na Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe) terá seis representantes, a partir de 2023. Delegada Gleide Ângelo (PSB), campeã de votos em 2018, ficou em terceiro lugar este ano, com mais de 188 mil votos.
Do mesmo partido, foi eleita Simone Santana, a 20ª colocada, de uma lista de 49 vagas. Ela teve 53 mil votos e garantiu a reeleição. Socorro Pimentel (União Brasil) é mais uma reeleita. Ela teve mais de 35 mil votos.
A Assembleia terá três estreantes na bancada feminina: Débora Almeida (PSDB), que teve 51 mil votos, Rosa Amorim (PT), com 42 mil votos, e Dani Portela (PSOL), com 38 mil votos.
O número de eleitas para Alepe este ano é menor do que o de 2018, quando a bancada feminina contou, no início da legislatura, com dez parlamentares.
O resultado das eleições para deputado estadual, em 2018, no entanto, foi bem diferente de toda a história, quando o assunto é a bancada de mulheres.
Na eleição de 1982, por exemplo, a Alepe teve uma mulher eleita: Leila Abreu (MDB). Quatro anos mais tarde, outra mulher ocupou “a vaga feminina”. A eleita foi Maria Lúcia Heráclito.
Em 1990, a bancada feminina ficou sem representante e, quatro anos mais tarde, foram duas eleitas. Em 1998, o número passou para três mulheres. Em 2022, foram sete escolhidas pelo voto direto.
Em 2006, seis mulheres foram eleitas para a bancada feminina da Alepe. Quatro anos depois, foram quatro escolhidas.
Entre elas, estavam Raquel Lyra, que disputa o segundo turno para o governo este ano, e Tereza leitão, agora senadora eleita. Em 2014, a bancada feminina teve cinco eleitas na Assembleia Legislativa.
G1 PE