Para marcar o Dia Mundial da Água, celebrado domingo (22) segundo o calendário da ONU, a Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf) realizou nesta sexta o primeiro peixamento de 2015 na porção pernambucana do rio São Francisco, uma atividade que envolveu, além da comunidade local, 40 crianças estudantes do 5º ano fundamental.
Os alunos soltaram no Velho Chico 40 mil alevinos das espécies curimatã, pacamã e piau. A iniciativa foi do Centro Integrado de Recursos Pesqueiros e Aquicultura de Bebedouro, ligado à 3ª Superintendência Regional da Codevasf.
Para as crianças, a atividade representou uma forma diferente de aprender. “É bom participar dessa atividade porque a gente ajuda a preservar as espécies do rio e não deixar eles entrarem em extinção”, disse o estudante Ricardo Reis.
Josá Reis, também do 5º ano, frisou que é importante soltar os peixes que vão procriar e gerar mais vida no São Francisco. “Gostei, toquei em vários peixes. Foi uma aula boa, no campo. Venho de novo soltar os peixes no rio para eles continuarem procriando, para sempre ter mais rio e nossos filhos poderem ter água”, completou o aluno.
Ana Julia e Ane Caroline estavam felizes por participarem de uma atividade diferente e importante. “Acho importante devolver os peixes ao rio para eles viverem mais, comerem e sobreviverem”, ressaltou Ana Julia. “O peixe significa vida para o rio. Senti alegria em fazer o peixamento”, reforçou Ane Caroline.
Rísia Faustino, professora da turma convidada pela Codevasf para a ação de peixamento em homenagem ao Dia Mundial da Água, revela que, ao inserir as crianças na atividade, a empresa fortalece o vínculo delas com o rio e a conscientização para a necessidade de preservação das espécies.
“Além de ser um ato de preservação da espécie e do rio, é também importante pela atenção à população ribeirinha que vive da pesca em nossa região, como já conversamos em sala. O peixe é essencial diante da questão ambiental, da questão da vegetação aquática e também dos ribeirinhos, para que possamos desfrutar e ver futuramente o rio com vida, em boas condições para as futuras gerações”, declarou Rísia. A professora também elogiou a atenção da Codevasf com a causa da proteção do Velho Chico, exemplo que outros órgãos poderão seguir.
Ação ambiental e social
A Codevasf realiza há mais de 30 anos, o trabalho de repovoamento ambiental de rios e demais mananciais nos municípios de sua área de atuação. A ação vem sendo intensificada devido ao aumento da produção de alevinos. Conforme o gerente de revitalização de bacias hidrográficas da Codevasf em Pernambuco, Elijalma Augusto Beserra, ao celebrar o Dia Mundial da Água devolvendo espécimes de peixes nativos ao rio São Francisco, o órgão demonstra o quanto prioriza essa ação.
“Estamos vivendo aqui no Nordeste uma estiagem que pode ser a maior dos últimos tempos, então temos que envolver as crianças nessa conscientização de preservação do rio e dos peixes que dependem dessa água para sobreviver e, consequentemente, manter o rio vivo. A Codevasf continuará focando nesta ação social e ambiental, que está entre as suas principais atividades na região”, registrou o gerente regional.
Francisco José de Souza, engenheiro de pesca e analista em desenvolvimento regional da Codevasf, vinculado ao Centro Integrado de Recursos Pesqueiros de Bebedouro (3º/CIB), observa que as crianças que sempre estão sendo convidadas para a ação de peixamento ganham uma grande oportunidade de compreender a temática da preservação do meio ambiente, diferente de outras gerações. O engenheiro enalteceu os aspectos ambiental e social dos repovoamentos promovidos pelo Codevasf no rio São Francisco, lembrando que o desaparecimento de espécies retira do povo ribeirinho a possibilidade de ter na pesca familiar e artesanal uma alternativa de trabalho e renda.
Centros Integrados de Recursos Pesqueiros e Aquicultura
A Codevasf possui sete Centros Integrados de Recursos Pesqueiros e Aquicultura que são referência na pesquisa e reprodução de peixes para repovoamento do rio São Francisco e fomento à aquicultura comercial. São eles: Três Marias e Gorutuba, em Minas Gerais; Ceraíma e Xique-Xique, na Bahia; Bebedouro, em Pernambuco; Betume, em Sergipe; e Itiúba, em Alagoas.
Além desses, foi assinado um acordo de cooperação técnica e operacional entre a Codevasf, a Embrapa, o Ministério da Pesca e Aquicultura e o Governo do Estado do Piauí para a operação do Centro de Referência em Aquicultura e Recursos Pesqueiros no município de Parnaíba (PI).
“Por meio dos centros, a Codevasf realiza pesquisas em diversas áreas ligadas ao estudo dos peixes e seu ambiente, como reprodução, nutrição, qualidade da água, sanidade, entre outros, que proporcionam a geração de conhecimento e tecnologia na aquicultura”, explica a gerente de Desenvolvimento Territorial da Codevasf, Izabel Aragão.
Para incrementar a estrutura de seus centros, a Codevasf investiu, de 2007 a 2014, mais de R$ 25 milhões em obras e equipamentos, com recursos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). Para manutenção e operação são aplicados, anualmente, recursos de aproximadamente R$ 3 milhões.
