Recentemente uma pesquisa nos Estados Unidos mostrou que mulheres expostas a altos níveis de poluição têm duas vezes mais chance de ter filhos com autismo do que aquelas que não sofreram exposição. Com o resultado do trabalho, feito pela Escola de Saúde Pública da Universidade de Harvard, o autismo se soma à lista de males à saúde causados pela poluição. “Sabe aquela lista de doenças que você vê estampada nos maços de cigarros como infarto, acidente vascular cerebral, câncer de pulmão, complicações na gravidez. Então todas elas a poluição também causa, porém em uma escala menor”, afirmou Paulo Saldiva, professor de patologia da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo e do Laboratório de Poluição Atmosférica da mesma instituição. Saldiva alerta, no entanto, que embora seja em menor grau, os efeitos da poluição afetam mais pessoas. “A questão é que no Brasil 10% a 15% da população é fumante. No caso da poluição do ar todo mundo está exposto. Ninguém escapa”.
A estimativa do estudo é que a poluição seja responsável pela redução de 1,5 anos de vida na região metropolitana de São Paulo, com um custo que varia, dependendo da metodologia utilizada, de centenas de milhões de reais a até mais de um bilhão por ano. “A solução é mais transporte público e a substituição da frota a diesel. Ela é 10% do total de veículos e gera 50% da poluição”, afirmou Saldiva. Ainda segundo dados da pesquisa do Instituto Saúde e Sustentabilidade, caso todos os ônibus a diesel passassem a usar etanol, haveria redução de 4.588 casos de internação hospitalares e 745 casos de morte por ano, o que equivale à diminuição dos gastos públicos em US$ 1,4 bilhão por ano.
BN