Um grupo de pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP) de São Carlos criou um método rápido de diagnosticar câncer de sangue. Como não há formação de tumor sólido, esse tipo de câncer leva um período longo para ser descoberto e envolve uma série de componentes laboratoriais e de alto custo. A descoberta do trabalho feito com nanopartículas pode ser um avanço no controle da enfermidade. “Um dos principais gargalos ao atendimento de saúde no Brasil é o diagnóstico. Se nós criarmos estratégias para que ele seja mais rápido e barato, poderemos salvar vidas”, afirma Valtencir Zucolotto, do Grupo de Nanomedicina e Nanotoxicologia da USP de São Carlos, em matéria da Folha. Com o uso de uma proteína de nome jacalina, faz-se o revestimento de uma nanopartícula: correspondente a uma bolinha de ouro cerca de mil vezes menor do que a própria célula cancerosa. Para chegar ao diagnóstico, os cientistas retiram uma amostra de sangue do paciente e a deixam em contato com as nanopartículas por três horas. Depois disso, eles enxáguam e centrifugam o material, que no final é analisado em um microscópio de fluorescência simples. No aparelho, as células cancerosas são identificadas porque, após a ligação com as nanopartículas, elas passam a ter uma coloração fluorescente, enquanto as células saudáveis não têm modificação. Até o momento, o trabalho está restrito a pequenas escalas em laboratório, mas os cientistas buscam parceiros para torná-lo como opção real de diagnóstico.
BN