O rebaixamento da nota de crédito da Petrobras, que perdeu o grau de investimento na agência de classificação de risco Moody’s, fez com que as ações da estatal fechassem com queda de quase de 5%, deixando a Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) no terreno negativo nessa quarta-feira.
Durante o dia, o papel preferencial (com direito a voto) da petrolífera chegou a cair 8,72%. O Ibovespa, principal índice do mercado local, encerrou o dia com baixa de 0,12%, aos 51.811 pontos. Com os investidores avessos ao risco no Brasil, o dólar comercial subiu 1,19% diante o real, a R$ 2,866 na compra e a R$ 2,868 na venda.
Na máxima do dia, ela atingiu R$ 2,886. As ações preferenciais (PNs, sem direito a voto) da Petrobras registraram queda de 4,87%, a R$ 9,38, e as ordinárias (ONs, com direito a voto) caíram 4,52%, a R$ 9,30.
Há queda também nos negócios realizados na Bolsa de Nova York. Os recibos de depósitos de ações (ADRs, American Depositary Receipts) da Petrobras recuam 5,69%, a US$$ 6,47. Na terça-feira, esses papéis tinham fechado em alta de 5,86%, a US$ 6,86.
Na avaliação de Marco Aurélio Barbosa, analista da CM Capital Markets, o rebaixamento só era esperado para depois do divulgação do balanço da Petrobras, quando provavelmente irá piorar a relação entre dívida e patrimônio da empresa.
“O que ocorre nessa quarta-feira na Bolsa é uma espécie de contágio, o que faz com que outras ações registrem queda também”, disse o analista, explicando que isso pode ser decorrente do ajuste de fundos que seguem o Ibovespa, como a Petrobras está perdendo muito valor, é preciso vender outros ativos para que a carteira continue refletindo exatamente a composição do índice.
“Continuamos achando que a companhia conseguirá divulgar balanço financeiro auditado de alguma forma. Mas até lá, a tendência para as ações é de baixa (com grande volatilidade, certamente). A questão-chave pra gente é, então, é se a nova gestão da companhia será capaz de formular estratégia voltada para a redução dos níveis de endividamento logo, incluindo cortes significativos de investimento e a venda de ativos”, afirmou a analista de energia Paula Kovasrky, do Itaú BBA, em relatório enviado a clientes.
O Deustche Bank espera novos rebaixamentos. “O dólar sobe pelo risco de contágio. A nota do Brasil também está sob ameaça e pode ser, em algum momento, levada ao grau especulativo. Tudo isso contribui para a apreciação da moeda americana”, afirmou Figueredo. João Paulo de Gracia Corrêa, economista da Correparti Corretora de Câmbio, lembra que, diferente do Brasil, no exterior o dólar está perdendo força nessa quarta-feira.
Fonte: Correio da Bahia




